Não foste como chegaste!

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Não foste como chegaste, mas quando te recebi cheio de palavras, com a intensidade de quem deseja mudar e sentir, nessa altura eras um homem que valia a pena conhecer, eras diferente do comum, mais pleno e com sangue vivo, mas pelos vistos não eras real...


Eu sei, até eu, que não é possível escondermo-nos ou fingirmo-nos demasiado tempo, não há como, porque as pontas acabam por se soltar e as palavras esgotam-se, inevitavelmente. Se mudaria alguma coisa? Se fugiria de ti agora se o soubesse e se o antevisse? Não, de todo, até porque tive mais do que esperava receber e isso, bem analisado, já foi muito. Na verdade nunca estiveste a 100% mesmo que as palavras tivessem sido muitas, quilos e quilos, pena que sozinhas não contassem, por aí eu estaria a rebentar de amor, de cuidado e de uma entrega que não existe. 

Foste-te embora sorrateiro. Foste-te embora calado e esgotado em ti, porque nem chegaste a aquecer o assento, mas correste para o que conheces e onde és o que brilha, porque te deixam, porque não te questionam mas onde não te amam como eu consegui. Na realidade acho que te amei demais e assustei-te como se faz a um cabrito para a matança.

Não foste como chegaste, mas nem tudo é negativo e a tua entrada na minha vida motivou-me, acresceu-me vontade de ser ainda melhor e de estar onde posso fazer falta. Vieste recordar-me do que sou realmente, alimentaste-me o ego e eu acredito que te devolvi o amor que guardava dentro. Dei-te talvez na proporção errada, fui igual a mim do princípio ao fim, usei todas e quantas palavras bastariam para que soubesses quem sou e espero que te tenha conseguido passar o que importava realmente. Mas foi demasiado! Se não conseguiste aprender sobre quem te chegou e até ficou, amanhã certamente que me olharás de forma diferente, sei que sim!

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