E no final o que sentes?

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E no final o que sentes? Será que avalias a forma como te sentes no final do amor, após a troca de todos os movimentos que supostamente espalharam muito prazer pelos dois?


Estou de volta, de forma tranquila a olhar pela janela do comboio, mas sem ver nada. Estou absorta nos meus pensamentos, rebobinando cada minuto passado contigo e a forma como me soubeste tocar,. Ainda vejo o teu olhar tranquilo, o olhar de quem sabia o que estava a fazer, tranquilizando-me o bastante para que o ficasse também eu e para que soubesse como usufruir de ti e para que não te negasse o prazer que só poderíamos dividir. Dou comigo a sorrir sem que me consiga controlar. Apetece-me começar a dançar. Apetece-me não ter ninguém por perto e poder, sozinha, deixar fluir a felicidade que estou a sentir, sem precisar de me explicar, falando comigo alto e dizendo-me o que apenas eu posso e sei. Soubeste-me tão bem. Acertaste-te comigo, mexeste comigo, de todas as maneiras, mostraste-me que sou a mulher que esperavas e nada, mas mesmo nada do meu passado, me acompanhou, fomos apenas nós, durante todo o tempo que nos demos. Gostei do teu canto, de ver como a tua vida corre quando não estou por perto, de como tudo cheirava a ti e como estavas impregnado em cada escolha de decoração. Teria sido capaz de identificar a tua casa mesmo que me mostrassem mais umas quantas, porque afinal consegues pôr-te em tudo o que dizes e fazes e estás rodeado da tua história, mas sem que as mágoas sejam visíveis.

- Já me curei há muito minha querida e nunca achei que me devesse culpar do que não soube manter.

Fizeste-me sentir bem, como se tivesse já lugar. Como se o que te levava ainda pudesse encaixar-se. Não me forçaste, não te impuseste, tiveste calma e ofereceste-nos, aos dois, o tempo que precisámos para nos começarmos. Teria ficado, se soubesse que seria assim. Teria continuado a ver-te movimentar no teu elemento, cuidando de mim, misturando-me em ti e no que te pertence. No final de todo o amor que fizemos ficou o prazer e a certeza de que irei voltar, de que nos iremos acertar sem pressa, mas com a urgência a que obriga o prazer, porque mal saíste de mim fiquei pronta para te receber outra vez!

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