Quais são os dias menos bons?



Dias há em que sinto, de forma bem intensa, a minha própria humanidade. Sou falível, claro, e por isso também carrego uns quantos medos que me tentam empurrar para lugares mais obscuros. Por vezes resisto, estóica e determinada, rindo-me do que me tenta, mas em algumas outras apenas sobrevivo, o mais quieta que consigo, para não me atiçar. 

Sou de emoções ao rubro. Gosto de saborear o que sinto, até à última gota. Tendo a deixar fluir a minha naturalidade e vontade de apenas ter vontade de algumas pessoas, mas agora, já mais crescidinha, sei que não posso nem devo, porque existe quem não saiba como sobreviver aos meus avanços. Ser demais também cansa. É o que ouço dizer, mesmos que não concorde nada. Não, quando o demais implica emoções genuínas e límpidas. Não quando quem nos ouve e tem, sabe o que carregamos e somos. Não quando a mentira não ocupa qualquer lugar, apenas o desejo e a capacidade de querer ainda mais.

Quais são os dias menos bons? Para mim, serão os que me tenho que guardar na bagagem, para que os outros não precisem de se explicar, saindo do "buraco" onde se esconderam. Não gosto de fingir que não estou, não sei e não vejo. Não gosto de parecer o oposto de mim. Não gosto de não poder gostar muito. Não gosto e pronto!

Nos dias menos bons já percebi que preciso de me mover mais, ainda mais e distrair-me de mim. Com um pouco de sorte eles duram apenas um par de horas e logo depois fico pronta para continuar pronta, pronta para a vida que não recuso viver e sentir, porque andar por aqui, arrastada, é menos do que mereço e eu mereço tudo!

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