Incompatibilidade ou insegurança?

The girl who loved to write about life.: The Thankful Project: November 5th.


De que forma se lida com uma mulher que escreve? Mal, é o que se percebe, ou percebo eu, que volta e meia dou de frente com uns quantos quadrúpedes que se põem a tentar entender cada sílaba, quando já lhes é naturalmente difícil escutarem o que quer que seja que acabem a ouvir.

Não somos, obviamente, melhores do que as restantes mulheres, graças a Deus, mas temos uma exigência natural que é agravada pelo uso "exagerado" de palavras. A mulher que escreve parece ser incompatível com o resto do mundo masculino, a prová-lo as constantes avaliações e consequentes decepções. Se os ditos cujos preferem acreditar que existe sempre algo sublimado, quem somos nós para o desmentir, mesmo que o façamos frequentemente?

Será total incompatibilidade perante o raciocínio rápido e pleno de conteúdo, ou insegurança no discurso que deve fluir, ao invés de ser estudado?

Não compreendo o medo agravado das palavras. Não tenho forma de encaixar a dificuldade em articular o vocabulário que cedo nos ensinaram a usar. Não consigo aceitar que se fuja do óbvio, para manter o que permite a dúvida. Mas atenção, quem escreve fantasia. Quem escreve não o faz para alguém específico, mas especifica o que muitos pensam e a forma como vivem. Quem escreve não o faz sempre sobre si, mas tem-se em cada palavra, por isso mesmo importa e acrescenta. Quem escreve dá recados gerais porque encontrou nas palavras uma forma de mudar o mundo e a verdade é que as palavras e amor mudam MUITO e mudam TUDO.

Já me perguntarem se gostaria de ser menos para caber no mundo de alguém. O que acham que respondi? Pois, isso mesmo, porque sou do tamanho da minha vontade e quero ter tudo o que for capaz de sonhar!

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