O tempo não apaga nada!



O tempo na verdade não apaga mesmo nada, apenas muda as prioridades
!


Hoje temos sol, e a vontade de voltar a sintonizar a vida para o "canal" certo. Amanhã deixamo-nos esmorecer e tornamo-nos incapazes de caminhar, sorrir ou sequer falar. Ontem pode ter sido uma enorme confusão de sentimentos, memórias em catadupa ou um cérebro totalmente vazio.

Nós sabemos que temos e que devemos deixar que os outros sigam os seus passos. Nós entendemos que devemos ter a capacidade de os desculpar. Nós sabemos que temos que continuar a viver. Mas o tempo, o tal que não controlamos, tal como não controlamos o amor e o desamor, brinca connosco e força-nos a aceitar a nossa pequenez.

Tenho-me esforçado por ser eu, com ligeiras interrupções, mas hoje decidi que já sei o suficiente, já vi o bastante e que não me importo mais com quem não se importa comigo. Hoje aceitei que o tempo não apaga nada quando eu quiser ou precisar, o tempo será da forma que eu o deixar correr, acelerando-me ou parando-me. Hoje voltei a ter a segurança de antes, misturada nos medos que sempre me assolam quando não sou capaz de tudo, porque nem mesmo eu sei tudo.

Se o tempo apagasse o mau. Se o tempo mantivesse o que valeu a pena. Se o tempo parasse ou continuasse quando eu o pedisse, eu já estaria a rir-me das vezes em que chorei e a dançar por todas as vezes em que me impedi de levantar. Se o tempo fosse apenas meu aliado, e até acho que é, não precisaria de duvidar dos que chegam, aceitando porque se vão.

O tempo só será capaz de apagar o que parar de incluir. O tempo dar-me-á o que arriscar pedir, sabendo que posso ou não vencer, mas que a não acontecer terei tempo para cuidar do que restar de mim. O tempo será sempre o que ficará, para eu gastar, ou guardar, quando mais nada for meu nem para mim.

Já que ele não tem forma de apagar tudo, quero que mantenha em mim, tudo o que considerei importante. Preciso que me ajude a provar o que falhei mostrar,  enquanto o usavam contra mim. O tempo não apaga nada, muito menos a razão que sempre esteve comigo, porque com ele gritei todas as vezes que tive força, que eu era mesmo quem mostrava, quem não teve tempo para o ver, deixou de ter tempo para me ter...

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