Palavras amargas!

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Palavras amargas! Já não as quero voltar a usar. Não quero sair de mim e colocar-me numa pessoa que não reconheço, porque já desisti de achar que o mundo está contra mim, não enquanto estás aí, do lado de fora, à espera que te abra a porta para que me possas tocar, não agora que te voltei a encontrar...

Vieste até a mim, passo a passo, deixando-te ficar à espera que levantasse a cabeça e te olhasse. Não pediste nada, foste chegando, oferecendo-me o colo que alguém me negara, chegaste e sorris-te sempre, mesmo quando e enquanto chorei. Senti o teu abraço, o teu cheiro pela primeira vez e arrepiei-me, sem qualquer controlo, surpreendida pela minha necessidade de outro corpo, percebendo que até poderia voltar a ter, a ser e certamente a gostar.

Estou a sorrir-te de volta, a aceitar-te sem palavras, a dizer-te que não me desliguei de nada, apenas estive ausente, que afinal te permito a entrada, porque não me apetece impedir-te de mais nada. Estou a dizer-te que preciso de ti e que se fores tu, eu aceito.

Trouxeste-me de volta, deste-me tudo e quando eu parecia já não conseguir suportar mais a ausência e a falta, devolveste-me a capacidade de sentir e de querer bem mais.

- Preciso de ti agora, por favor, não quero pensar, quero sentir-te.
- Estou aqui, deixa que te leve, que te ame, que te toque, deixa-me mostrar-te do que és feita, eu sempre o soube só de te olhar e imaginar.

Sequei as palavras amargas, percebi que apenas irão saindo os que não puderem ficar, mas que depois deles, a seguir ao que foram, existirão outros com muito mais do que nos deram antes e eu quero receber, quero voltar a ter e desta vez vou saber o que fazer e como o fazer. 

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