O despertador rouba-me os Ășltimos minutos de ti!


O despertador rouba-me os Ășltimos minutos de ti. Acordo devagar e movo-me sem muita convicção. Estou deitada e olho o tecto na esperança de me levantar, quem sabe, contigo ao meu lado. O dia continua cinzento e nĂŁo ajuda nada a que me encha de cores para melhor sobreviver Ă  tua falta. LĂĄ fora estĂĄ apenas a chuva e a rotina que jĂĄ nĂŁo passa por te ter. Vou fazendo tudo de forma mecĂąnica e atĂ© o duche quente falha aquecer-me por dentro. O chĂĄ ainda me espera enquanto arrefece, arrefecendo-me o Ăąnimo. O cĂŁo olha-me de orelhas caĂ­das porque me sente e sabe do que estou a saber agora; estou inevitavelmente sem ti e sem vontade de muito mais do que faço.
O despertador jĂĄ me lançou de novo para a realidade que gostava de afastar. NĂŁo o culpo, mas mantemos uma relação difĂ­cil, precisava de poder estar mais uns momentos no Ășnico lugar onde te tenho e conduzo o nosso destino. JĂĄ nĂŁo olho para o telemĂłvel na esperança duma mensagem, hĂĄ muito que os teus silĂȘncios se instalaram. Sou a mesma aos olhos dos que nĂŁo me conseguem ver, mas por dentro o vazio alastra e ameaça consumir-me. Quem Ă© que disse que o amor nĂŁo dĂłi? Quem Ă© que ainda consegue repetir que o tempo cura tudo? Quem Ă© que tem exactamente o amor pelo qual esperou?
O despertador presenteou-me com uma mĂșsica suave, mas nĂŁo suavizou nada e apenas me "gritou" que estou de volta, mais um dia, ao que sou enquanto deixaste de o ser comigo. Posso escolher sorrir enquanto coloco a roupa que me farĂĄ ser apetecĂ­vel, mas deixei de ter vontade de outra pessoa. Posso dizer, repetidamente, que amanhĂŁ jĂĄ estarei mais perto de aceitar que nĂŁo voltarĂĄs, mas quando o despertador dĂĄ o sinal de prosseguir, prossigo sem saber onde estarei quando finalmente deixar de te incluir, nem que seja em sonhos.

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