Será que ainda estás presa?



Só conseguimos identificar o que é, o que está e o que temos, quando percebemos o que significa o inverso!

Sabemos com mais certeza o que é o amor, quando já vivemos o desamor. Cola-se na pele o doce do cuidado e das palavras que nos impulsionam, quando já vivemos com pessoas descuidadas, amargas e que NUNCA têm nada de BOM para oferecer. Temos uma perceção mais clara do que passámos aos nossos, quando nos começam a retribuir o que armazenaram e é apenas aí que nos chegam as certezas. Sentimos a falta de cobranças, o elogio natural e o respeito pelo que fazemos pessoal e profissionalmente, quando já provámos das cobranças de quem aponta até as coisas mais pequenas, que deveriam ter sido dadas de forma generosa e da espera desesperada pelo reconhecimento e uma vez mais pelo amor.

Quando somos capazes de verbalizar o que agora é, e espero sinceramente que já o seja para muitas mais pessoas, é tão simplesmente porque passámos a ter referências claras sobre comportamentos. Somos nós que encobrimos os abusos e os camuflamos de afetos, recusando o que nos libertaria de quem nos nega a nossa verdade. Quando saímos da nossa zona de conforto, arrancando as camadas que aparentemente nos protegiam, mas apenas aguçavam as doenças emocionais, ficamos mais perto da cura.

Só conseguimos identificar o que NÃO nos serve, quando permitimos que o que é certo e nos melhora se instale. Só conseguimos sair de relações abusivas, quando as aprendemos a ler e paramos de nos calar e de permitir que nos aprisionem na dor. Só saberemos como evitar futuros abusos e dores emocionais, quando não saltarmos de uma para oura zona de conforto, querendo apenas viver sem muito trabalho emocional, encaixando simplesmente as peças num puzzle pequeno e claro. Só mudamos de vida quando permitimos que a vida mude.

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