E quando não estamos em lugar algum?



De que forma se gerem as emoções quando nos deixam no limbo e ficamos sem saber se vamos ou voltamos? Para onde dirigimos as frustrações de cada vez que nada nem ninguém nos impede de sentir o que nos amassa a essência? Que nome damos ao que nem parece existir, mas que ainda assim nos embrulha a existência e não de coisas boas?

Gostava de dizer que estou preparada para as dores que me vais deixando, mas ainda me deixas tão vulnerável e pequena, que o medo e a  dúvida se agigantam, abafando-me até que muito pouco de mim sobre. Gostava de sentir que os outros me curam de ti, com o colo, os abraços sentidos e todo o sentimento que te falta, mas a verdade é que mais nada se encaixa da mesma forma e o meu novo formato já não permite que me reconheça.

Tendemos a agarrar-nos ao que sabemos sobre nós, tomando como garantidas todas as horas do dia, mas quando elas correm ao contrário, testando-nos os limites, por vezes apenas nos limitamos a sobreviver, deambulando sem demasiada vontade e achando que desistir será mais fácil. Contamos as histórias que nos sabem a verdadeiras, até ao momento em que cada uma apenas representa a mentira que vivemos, por escolha. Fazemos o mesmo que antes, mas o agora não se assemelha a nada remotamente parecido com o que planeámos e por isso mudamos os planos para que nos ajustemos a eles e desistimos do poder que tanto nos levou a conquistar. Sentimos a chuva na face, mas já nenhum pingo nos lava, e quando se vai leva-nos com ela. 

Gostava de me dizer que vai ficar tudo bem, mas deixei de ter certezas.

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