Qual é a tua velocidade de aceitação?



É sempre veloz a vontade de ter vontade de alguém, mas é igualmente lento o processo de aceitação e de determinação quanto aos recomeços.

Porque será que tendemos a fantasiar o outro, de forma a que complete o que achamos que nos falta? Porque motivo não podemos apenas aceitar quem chega, sendo quem sempre foi e sem que nem uma vírgula precise de ser ajustada? Porque esperamos pelo que nem nós nos sentimos capazes de dar, desenhando cada contorno dum rosto que apenas deveríamos querer colado ao nosso?

Já não me lembro de quando é que tudo se tornou tão difícil, e o que antes até me sabia a pouco e a natural, de repente passou a ser escrito e apontado ao pormenor, numa lista mental, mas definitiva. O que foi que mudou, ou o quanto terei mudado para que de repente, do que me parecem agora pequenos momentos, nada do que me dizem me soa a seguro ou a possível? Que lugar emocional é este a que nos atiramos, quando somos forçados a conhecer o pior dos outros, mudando o melhor de nós?

É sempre mais veloz a necessidade de recuo perante o inexplicável, talvez porque avançar nos force a ceder ao que só poderia ser BOM se o permitíssemos, mas ainda assim dúbio demais para voltarmos a acreditar. É sempre pesado e errado que desatemos a pesar os outros nas mesmas balanças!


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