O teu amor salvou-me de mim!


As tuas previsões revelaram-se certas, mesmo que tenhas errado no essencial, porque tudo o que vivi foi essencialmente por falta do amor que me tinha. Conseguiste ver para lá de tudo em que me foquei e tentaste, uma e outra vez, que mudasse de direção e parasse para repensar o que me magoava bem mais do que melhorava. Lutaste pela minha sanidade mental e tentaste, mentalmente, mas com muito toque, cuidado e até colo, que não caísse tão fundo que salvar-me te forçasse a perderes-te um pouco também. Ouviste-me chorar demasiadas vezes, mas o teu sorriso conciliador nunca te abandonou os lábios que agora usas para me beijares, é que na verdade o teu amor esteve sempre aí, contigo, à espera que o meu se juntasse. Foste a força que acreditava ser minha, quando em cada reinício te prometia que seria o certo. Lambeste todas as feridas autoinfligidas, deixando-te em segundo plano tantas vezes para que brilhasse. Paraste de ser para que me levasses a sentir o calor e o brilho do sol, esperando que percebesse quem me vira em primeiro lugar e nunca deixara de me olhar. Defendes-me até quando não tinha defesa possível e subiste, várias vezes, à mesma montanha para me levares mais alto, impedindo-me de olhar para os que eram tão mais pequenos do que eu. Usaste a tua serenidade e confiança para que confiasse em mim e pudesse tão somente perceber o óbvio. Nunca desististe e por isso hoje, depois de muitos mares de lágrimas e dores que me retesavam o corpo cansado, podes finalmente insuflar-me do mesmo ar para que nunca mais me sinta incapaz de respirar. As tuas previsões estiveram sempre certas, mas como já parei de errar, procurando pelo que afinal sempre tive, não te voltarei a dar razão e quero apenas que nunca mais precises de me salvar.

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