Escolho continuar a escolher o que já escolhi!



Escolhi, em determinada altura e por achar que devia, não voltar a sentir, afastando assim todos os que até poderiam ter entrado. Escolhi escrever o meu roteiro, mudando as personagens, os lugares e até as emoções, acreditando que estaria mais em controlo da vida que teima a entrar, sem aviso prévio, para descontrolar tudo. Escolhi ser menos para os olhares externos, enquanto me tornava em muito para mim mesma e reconhecendo-me bem mais. Escolhi velocidades mais dinâmicas, acelerando-me quando me sentisse a querer parar, mas parando-me para não desatar a acelerar sem motivo. Escolhi ser a pessoa mais importante da minha vida, concedendo aos outros a importância que precisarei que tenham para me conseguirem ter. Escolhi esta versão de mim e ainda não tive como me arrepender, nem por um minuto que fosse.

A vida não é feita apenas de momentos altos, até para os que estão em paz consigo, sabendo o que precisam de acrescentar e retirando o que apenas serviria para diminuir. A vida são desafios constantes, solavancos em estradas aparentemente seguras e pouca segurança até quando julgamos estar a vigiar todas as frentes. A vida, a nossa, é feita de tudo o que nos propusermos fazer, mas demasiado pequena se nos encolhermos perante cada novo desafio. 

Escolho ser sempre a minha melhor versão, retirando as lascas que sobrarão de tanto limar arestas. Escolho saber TUDO quanto seja possível sobre quem escolhi ser, porque não descarto o que me trouxe até a este ponto e lugar. Escolho analisar TUDO até à exaustão, mas apenas para que não precise de me cansar tanto depois. Escolho amar sem reservas, mas reservando-me o direito de apenas ser amada da mesma forma. Escolho começar, recuar, reavaliar e até eventualmente parar, mas entendendo cada motivo, porque apenas assim poderei errar menos, deixando como legado, aos meus, a resiliência, a busca incessante pela perfeição, mas aceitando-nos imperfeitos. Escolho sorrir-me mal acordo, para que me certifique de que estou e sou capaz de continuar a fazer as escolhas que me acertam. Escolho por tudo isto voltar a amar, desejando que esta nova escolha me ensine o que sozinha pareço não conseguir.

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