Quando se desiste!



Hoje escolhe-se o que é aparentemente mais fácil e vira-se as costas, por norma aos que nos poderiam acrescentar muito mais do que temos, mas que viriam balançar todas as estruturas e fazer repensar escolhas. Ninguém quer ter trabalho, não com o amor. O instantâneo está na moda e o descartável também. Hoje queremos muito, mas amanhã já nos enjoa. O tempo é o mesmo, o relógio não foi ampliado, nem encolheu, o que mudou foi a forma como o passámos a gerir, na minha opinião mal, não permitindo que nos sobre o essencial.


Por norma para mim desistir não é opção, porque não começo o que não possa terminar, mas por vezes chega quem me interrompe o percurso e me diz que NÃO, que não quer e que não sabe o que fazer com a sua vidinha já pré-estabelecida, roubando-lhe mais do mesmo, mas que lhe serve. Nunca desisto de mim, nem daquilo em que acredito, das pessoas de quem gosto, ou dos meus sonhos, porque chegar ao que sou hoje deu trabalho, custou a entender, foi um percurso para a frente e voltar atrás, segurando-me, não me faz qualquer sentido. Quando desistimos do que tanto nos custou a conquistar, estamos inevitavelmente, a desistir de nós e não pode haver nada mais solitário, nem que nos deixe com mais dúvidas. Mas podemos desistir do que nos faz mal, do que soa a falso, do que não acrescenta e dos que, de uma forma ou de outra, nos fizeram olhá-los de forma diferente. 

Infelizmente não somos todos iguais no que à convicção diz respeito e por vezes temos bem perto quem nunca se tenha estruturado como pessoa, quem apenas deambule pela vida, fazendo as mesmas coisas, rindo das mesmas piadas, ouvindo as mesmas músicas e desejando, ardentemente, que tudo se mantenha no mesmo lugar, até porque o sol nasce sempre no mesmo quadrante.



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