Porque escrevo afinal?



Escrevo porque tudo o que faço, sinto e vejo, tem a forma das palavras e é apenas com elas que acabo por mostrar o melhor de mim, fazendo-me entender e dando aos outros o que também me alimenta. Escrevo como penso, penso como respiro e acabo por escrever como amo e amar para mim tem que ser um estado natural, uma necessidade, uma vontade de ser vista como me vejo. 

Por vezes dou comigo a pensar que outro talento poderia ter se não fosse capaz de me por em palavras, mas nunca chego lá, porque já não seria eu e sou-o SEMPRE em todas as situações, até nas más, mesmo que ache e saiba que sou muito mais e que tenho muito do que falta a algumas almas. Quando termino de delinear e executar os meus começos de dias, sento-me no mesmo lugar, de frente a um ecrã que me olha e incentiva, esperando que dispare a primeira palavra, porque depois dela já nada poderá ser parado, nada voltará para trás e o que quer que me segurava solta-se e deixa de ser apenas meu.

Esta aventura tem-me mostrado por dentro de uma forma tão real, que nem um psicólogo arranjaria talento, experiência ou sequer sabedoria para mo explicar. Os pedaços de mim saem com vida própria, soprando o que alguém, algures, precisa de ler, de ouvir e de entender. Escrever é inevitável, é a minha fonte de energia, o que me mantém em alta quando quase perco a fé no mundo. Faço-o porque quero muitos sorrisos, sentimentos, tremores na espinha, sonhos e desejos que podem ser concretizados. Se for sabendo, a cada passo, que consigo tudo isso, então sairei mais engrandecida, uma pessoa mais verdadeira e que será sempre para os outros o que forem capazes de me dar.

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