Sabes quem sou quando me olhas?


Sabem quanto tempo leva a construir uma identidade? Têm ideia de todos os passos elementares, para que se entenda, sem qualquer fundo de reserva, o que se espera da vida, dos sonhos que crescem à velocidade do pensamento e das pessoas que poderão ficar no nosso percurso? Muito, demasiado para alguns.

Não é do nada que acordamos a sentir que a nossa pele nos pertence e tem a tonalidade, o toque e a textura que se encaixa. Os dias que nos levaram à decisão não se apagam, passam a servir de referência e de memória futura e impedem-nos de os resgatar, porque é no passado que deverão permanecer. O tempo passa a correr de forma mais determinada, com sentido, e sentir, caramba, sentir nunca mais é igual, porque se sente TUDO, MUITO e sempre de mente bem próxima do coração.

Não são os outros que nos testam. Não são os lugares que nos definem. Não é o acordar que determina o adormecer e não é adormecendo sem planos que se acorda vazio, ou incapaz de planear. Não é o céu cinzento que nos escurece a alma, nem mesmo o sol resplandecente que torna tudo mais claro, somos nós, por dentro e quando já nos conhecemos o suficiente para sabermos o que fazer, quando, como e com quem, ou simplesmente quando não fazer nada, permitindo que a estrada os redirecione a viagem

Sabem quantas pessoas conseguem acompanhar a nossa passada quando nos revelamos, dizendo sempre o que queremos e querendo apenas o que podemos ter? Poucas, mas seguramente que as únicas que nos servem. Será que alguma vez se questionam quanto ao que pensam algumas pessoas quando as olham e percebem o caminhar seguro e determinado? 

Não é o NÃO oferecido de forma repetida que nos impede de ouvir um SIM da boca certa e quando menos esperamos, ele chega, tem o tom que os ouvidos recebem sem questionar, vindo da única pessoa possível e validando tudo o que escolhemos ser, sabendo que o seríamos sem que as dúvidas se pudessem voltar a instalar. Não são as desistências alheias que nos fazem desistir, somos nós que escolhemos continuar em frente, arredando os que não nos conseguem acompanhar.

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