2.10.24

Que a minha luz permaneça!

outubro 02, 2024 0 Comments

Sou a luz que me reflete e inunda os outros, quando me permito senti-la. Sou bem mais tranquila, mas revolta em sentimentos que falam por mim, mesmo que nunca deixe nada por dizer, quando me escuto e solto. Sou uma versão bem mais melhorada quando e de cada vez que me permito sentir sem defesas, nem muros altos. Sou surpreendente, até para mim, quando as coisas pequenas do mundo que crio, me mostram na forma pura. Sou tão mais amor quando amo e o demonstro.

Sinto falta da menina que nunca sonhou ser mulher, porque nunca apressou nenhum dos inevitáveis processos de evolução. Sinto falta de cada vez que a reencontro e a liberto do que me aprisiona, por escolha, porque raramente solto a minha verdadeira faceta, talvez por receio de chocar, ou tão somente porque duvide, de alguma forma, que ainda me mantenha de alma pura.

Sou tão mais luz quando me ilumino por dentro, que até os sorrisos recusam abandonar-me os lábios. Sou tão mais amor quando permito que me amem de volta.

27.9.24

Quem?

setembro 27, 2024 0 Comments


Quem é que não gosta de ser gostado? Quem é que fica insensível perante palavras que nos levantam a moral e sobem o ego? Quem é que pode dizer que não precisa de ser a pessoa especial de alguém?

Os dias ficam sempre um pouco mais plenos, doces e revigorantes, se o que nos disserem souber a verdades inegáveis. Os sentimentos que juntamos às emoções de que somos feitos, fazem de nós pessoas mais tranquilas e naturalmente desejáveis. Os olhares que nos olham dentro e as promessas sem palavras, mas tão audíveis e seguras, asseguram-nos de que estivemos à espera por um motivo maior.

Quem é que não precisa de saber que faz falta e que serve, num encaixe perfeito, a quem nos escolhe sem reservas? Quem é que alguma vez poderá desistir de acreditar no amor se o conseguir ver, sem camuflagens, no olhar de alguém?

21.9.24

Deveria ser fácil amar!

setembro 21, 2024 0 Comments


Será expectável que saibamos de onde nos surgirá um novo amor, e a contecer quem é que nos garantiria que a paixão, envolta em muitos desejos de um futuro comum, seria verdadeiramente real quando esbarrássemos no, ou na tal? 

Deveria ser-nos permitido um pequeno espreitar do que nos espera enquanto esperamos por quem nos deixará de coração acelerado. Deveria, em todas as etapas, ser possível antecipar cada emoção, bem como todas as voltas e reviravoltas que acabaremos por dar por nos dar-mos tanto. Deveria acontecer, pelo menos uma vez na vida de cada um de nós, um amor maior do que alguma vez conseguiremos ser, porque apenas assim TUDO valeria mesmo a pena. Deveria ser fácil amar, logo de início, quem já nos tivesse escolhido amar.

Será expectável que saibamos distinguir o desejo do interesse que sentem os que apenas nos desejam sentir? Será realista que nos mantenhamos apenas no topo da realidade que nos salvaria de inúmeros males de alma, ou será tão simplesmente natural que nos deixemos ir, aproveitando a viagem? Será que conseguiremos sair ilesos de uns quantos desamores, por termos sido, algures, num passado agora longínquo, verdadeiramente amados?

Deveria ser fácil amar!

20.9.24

E se de repente fizer sentido?

setembro 20, 2024 0 Comments



E se de repente descobrires que tens o poder de reescrever toda a tua história, incluindo novas personagens, mudando os cenários e adaptando o roteiro? E se na força de tudo o que quase te derrubou, descobrires do que és verdadeiramente feita e fizeres ainda melhor? E se os "ses" implesmente deixarem de existir e te virares para os lados que mudarão cada um dos que, teimosamente, mantiveste escondidos? E se um dia, não do nada, alguém te voltar a recordar do quanto és especial e acreditares?

Vou percebendo, verdadeiramente e cada dia mais, que temos o que somos e que emanamos, sem qualquer margem para dúvida, o que passarmos a carregar. Talvez por isso tenha deixado de querer por metades e sobretudo a não querer ou permitir que me queiram por menos do que sou. Sinto que estou ainda mais madura e segura de que conseguirei ir onde desejar, ultrapassando qualquer desafio, por mais duro ou estranho. Vou percebendo de que forma sou vista e sentida e vou-me permitindo sentir de novas formas, ouvindo palavras que ninguém usara antes, evitando-me as desnecessárias repetições.

E se de repente perceberes que o teu "esforço" para que te entendam quando te ouvem, não acontece com quem aconteceu na tua vida? E se te deixares ir, vivendo e saboreando o que, a não ser muito mais, será uma deliciosa coleção de emoções a recordar? E se já tiveres encontrado quem te procurava?

14.9.24

E se?

setembro 14, 2024 0 Comments


Como seria uma relação sem os "ses" que me vergaram? Para onde poderia verdadeiramente olhar, sem receio do que pudesse ver e sendo olhada em todo o processo? Ao que me saberiam os beijos nos quais tivesse mesmo sido beijada, eu, por mim e comigo em cada um?

Saber quem sou, o que quero e preciso, nem sempre se afigura fácil para os que comigo se cruzam, talvez porque não entendam o quanto demorei até chegar "aqui". Saber o que tenho que repetir, até à exaustão se necessário for, torna-me mais segura e confiante, afinal de contas já são uns quantos anos a cuidar do que tenho dentro. Saber que nunca saberei tudo o que move os outros, ao invés de me derrotar, afasta-me das energias que não me servem e que fariam de mim alguém que não serviria aos seus.

Como teria sido a relação na qual me entreguei, como sempre faço, se tivesse existido o mínimo para ser considerada e que palavras teria ouvido, se me tivessem sido dirigidas?

11.9.24

O som das nossas vozes!

setembro 11, 2024 0 Comments

 


A tua voz sempre mexeu comigo, tal como a minha sempre te levou para lugares de desejo e sonho. O teu olhar, bem fixo no meu, de alguma forma sempre me desnudou, deixando-me sem defesas, ou sem qualquer vontade de me defender. A tua história sempre me intrigou, mas a minha nunca te deixou indiferente. Dizias que o nós teria que ter acontecido, ou de contrário tudo permaneceria num contínuo rodopiar sem direcção. A tua voz foi o que me acompanhou até quando não estiveste fisicamente e a minha entrou-te tão dentro, que a reconhecerias em qualquer outro mundo ou planeta, palavras tuas.

Nunca seremos indiferentes a quem nos parece destinado, tal como amais conseguiremos fugir do que antecipadamente nos entregaram, mesmo que demore. Reconheci-te de uma outra vida e percebi, no mesmo segundo, que te tinha reencontrado, não no momento certo, como se tal existisse, mas quando me fazias falta.

A tua voz foi, tantas vezes, a minha companhia ao acordar, porque me recordava de cada variação, emoção e sentimento e sempre que me deitava, pronta para me permitir estar pronta para ti. A minha voz colou-se a cada um dos sons que usaste para me "enfeitiçar" e é assim que permaneço, consciente de que nunca mais voltarei a ter uma outra que se assemelhe. 

8.9.24

Fui ao meu baú!

setembro 08, 2024 0 Comments



Fui ao meu baú e vasculhei todas as emoções que tive a felicidade de viver. Percebi o que já sabia, porque sempre soube que era muito coração, mas envolto nas razões que encontro para continuar a conseguir viver comigo. Fui espreitar o meu passado amoroso e não consegui deixar de sentir vontade de ter toda aquela vontade outra vez. A verdade é que já fui TÃO amada enquanto amava, que é seguramente por isso que assim permaneço crente em amores reais, verdadeiros e cuidadores. Já tive quilómetros de palavras que nunca soaram a divagações. Já fiz planos mentais enquanto me impedia de apenas reagir e já adormeci TÃO confiante em mim e em quem amava, que as forças redobraram, ampliando a mulher que sei ser hoje. Já fui inocente, por algumas horas, enquanto tentava, em vão, esquecer o mundo e apenas ser e sentir. Já fui a pessoa mais importante da vida de alguém, porque soube de que forma dar importância a quem mudava os meus dias. Fui ao meu baú amoroso e não conseguia parar de sorrir, sentindo a alma mais quente pela certeza de ter dado e sentido TUDO o que me cabia. Fui lá atrás, mas apenas para me assegurar de que a palavra amor esteve sempre ao meu lado e que JAMAIS descurei, nem por breves segundos, quem me trouxe o que hoje ainda permanece.

Sei ser eu comigo. Sei usufruir da minha companhia e sei como sentir o que nunca me inibo de passar. Mas sou capaz de repetir cada palavra pronunciada com sentimento e verdade, recordando cada emoção e sentimento e colocando-os nos tempos e momentos certos, porque foi por eles que mudei TODA a minha via emocional. Fui moldada pelo amor que senti quando quase tinha desistido de o voltar a encontrar e é por ele que agradeço, todos os dias, não apenas pelo que me fez sentir, mas pelo que aprendi enquanto me doava.

Fui ao baú das memórias e percebi quando nasceu a vontade de colocar por palavras o que julgava já não conseguir conter dentro. O meu primeiro livro foi escrito à velocidade de todos os sentimentos que estavam engarrafados e que alguém despertou, libertando-me. Fui ao meu passado emocional, permitindo-me o que faço questão de manter guardado, mas apenas para me certificar do que mereço voltar a ter o que já me pertenceu. Tenho uns quantos agradecimentos a fazer ao homem que me trouxe de volta ao que sempre fui, e mesmo que não o saiba, sabe o quanto foi amado e TODO o amor que me ofereceu enquanto e pelo tempo que sonhou comigo. Recuei uns quantos anos, tantos quantos usei para crescer emocionalmente e  voltei a sentir todas as emoções que num dia frio de Dezembro me aqueceram a alma, devolvendo-a ao lugar onde se encontra ainda hoje.

Já fui MUITO feliz, mas soube-o sempre!

1.9.24

O Adeus que me coube!

setembro 01, 2024 0 Comments



O Adeus é um lugar solitário. A sensação do nunca mais, do fim e de outros começos, fazem-nos sentir falhados, pequenos e insuficientes. O Adeus, mesmo que inevitável, deixa-nos com a sensação de inevitabilidade e falta de controlo. O Adeus, quando acontece e até quando não o desejavas, leva partes de ti que nunca mais terás como recuperar. O Adeus tem um sabor do definitivo que gostarias de ter sentido se não tivesse terminado.

De quantos Adeus precisas para saberes que os sonhos que arriscaste sonhar nunca chegarão a acontecer? De quantas mais palavras amargas e impregnadas do azedume que nunca usas contigo ou na vida que escolheste viver, sempre contigo na dianteira, ainda precisas, para saberes que sempre soubeste o suficiente? De quantos dos toques que não te eram dirigidos coseguiste sentir, sozinha, o que NUNCA te pertenceu? De quanto mais desamor precisas para parares de precisar do NADA?

O Adeus que deverá ser decidido por ti, vai continuar a ser um lugar solitário, tal como foi toda a viagem que fizeste sem que o roteiro alguma vez tivesse sido escolhido por ti. Mas o Adeus, ainda assim, vai libertar-te da dor que te auto-infligiste e por isso acabarás contigo de volta.

26.8.24

Não te quero na minha vida!

agosto 26, 2024 0 Comments



Não és suficientemente bom para mim. Não gosto da tua forma de gostar e decididamente não gosto de ti. Não me acrescentas, apenas roubas o muito que fiz por amealhar. Não tens uma aura bonita e a tua alma está tão escurecida, que tudo o que fazes e dizes soa ao fel que te sai da boca, ampliado pela aspereza do mundo que te coube e para o qual me arrastaste. Não és suficiente para mim, por isso não te quero na minha vida. 

Todo o amor que te tive foi arrancado por ti, mas a dor continua a persistir, talvez para que mantenha vivos os rastos que deixaste, talvez para que me defenda melhor dos que arrisquem chegar, ou talvez apenas porque o meu tempo ainda não tenha chegado. 

Não és suficiente para mim, sei-o bem melhor agora. Não me me colocas o sorriso nos lábios e de cada vez que o conseguiste, não durou e não permaneceu. Não és suficiente para mim, até que já o sabia, mas acreditei que o amor moveria montanhas, tal como sempre li e sobre o qual tantas vezes escrevi, mas apenas para entender que a realidade supera, de longe, a ficção. Não és suficiente para mim e nunca o conseguirias, mesmo que tentasses e a verdade é que nem isso fizeste. Não és suficiente para mim e por isso o Adeus foi inevitável.

21.8.24

Quando é que o amor vai chegar?

agosto 21, 2024 0 Comments



Parece que precisamos sempre de dar nome às coisas, catalogando o que por vezes é tão somente um nada ilusório. Parece que somos sempre céleres a querer que tudo tenha uma explicação, ou um olhar que se identifique até à distância. Parece que nos tornamos tão previsíveis no que toca aos sentimentos, que acabamos a gastar de pouco tempo para ver além da cortina.


O amor tem tantas definições quantas as pessoas envolvidas, mas nunca será apenas um episódio  temporário, mesmo que o tempo conte ao segundo. O amor que nos envolve, o nosso por alguém, nunca crescerá na dor e desilusão. O amor como o entendo, tem sempre pontos em comum e as certezas que os apaixonados escolhem, porque apenas assim saberão permanecer e continuar. O amor é uma casa cheia de sorrisos e os cheiros que se colam nas peles que roçam uma na outra para se fixarem. O amor é o silencio necessário para quando nada mais precisar de ser dito e o barulho inevitável quando a necessidade de dizer tudo nos supere e transcenda. O amor NUNCA é a mentira, sob nenhuma circunstância, porque o amor não precisa de se defender, até porque NUNCA ataca. O amor é o que conheço bem e já consegui provar, e que sabor tinha a boca que não me dizia o que queria ouvir, mas o que precisava de saber. O amor que senti, mas que deixei ir, não me levou para lugares escuros ou de desalento, ao invés passou a servir de bitola para qualquer outro que chegasse.

Parece que já todos amámos uma vez que fosse na vida, mas bem maior e melhor do que sentir, é ter a certeza de que sentem de volta. Parece que os amores não se repetem, nem deveriam, mas se os amores que chegarem não nos deixarem saudades nem lembranças que se colem, então teremos que continuar a desejar que nos encontre, mas sem pressas nem receios que nos tolhem a visão quando estiver por perto.


18.8.24

Vejo-te nos meus sonhos!

agosto 18, 2024 0 Comments

Vejo-te sempre nos meus sonhos, mas apenas para perceber que é só lá que existes. Vejo-te com os olhos de quem ama e tem amor de volta, mas ele depressa termina, após cada acordar. Vejo-te com os sorrisos que me entram alma dentro e é a eles que me tenho agarrado para continuar a sorrir. Vejo-te nos meus sonhos e juro que te sinto de cada vez que te toco. És feito duma matéria que não se dissolve ao primeiro embate e tens a consistência dos que nunca exitam perante o que precisam de ser e de fazer. Vejo-te nos meus sonhos e raramente sinto vontade de acordar, porque neles, em cada um desde que te conheço, as dúvidas nunca me invadem, ao invés sou invadida por uma onda de certezas que me permitem a segurança dos que são amados. Vejo-te nos meus sonhos, mas é apenas lá que existes como preciso...

Contamo-nos mentiras sempre que queremos acreditar no que nunca existirá. Forçamo-nos a sentimentos que nos matam aos poucos, mas insistimos, na esperança de que se materializem. Atiramo-nos para lugares desconhecidos e acabamos cada vez mais estranhos, acedendo a que o norte se desregule. Lamentamo-nos após inúmeros lamentos, mesmo que saibamos o que precisa de ser feito. Contamo-nos mentiras, mas apenas para acabarmos com o que restou de nós e que até era bom.

Via-te nos meus sonhos, mas acabei por regular cada um, situando-me de forma corajosa, porque apenas me cabe viver na minha realidade. 

14.8.24

Mesmo que ainda não te ame!

agosto 14, 2024 0 Comments



Mesmo quando for difícil de amar, continua a amar-me pelos dois. Mesmo quando as minhas certezas te deixarem de respirar incerto, assegura-te de que estás a amar-me como esperas e precisas. Mesmo e quando não souberes do que já sei, promete-me que vais tentar entender e que não desistirás de me manter junto a ti. Mesmo que a minha dor atual te pareça impossível de curar, acredita que tens tudo o que preciso para parar de perseguir o arco-íris. Mesmo que ainda não te tenha dito de que forma me salvaste de mim, preciso que me leias com atenção e que não desistas do que me prometeste. Mesmo que ainda não te ame, sei que tens exatamente o que procurava quando achava já não estar à procura. Mesmo que as minhas palavras ainda te soem lentas e arrastadas, acredita que a minha velocidade de pensamento me levará para o meu lugar de sempre, e que lá, tal como desejas hoje, sentirás porque motivo te faço sentido e deixo tudo com sabor a certo. Mesmo que as minhas defesas estejam demasiado altas e alertas, não te permitas duvidar de quem sempre soubeste que eras, porque apenas a tua certeza me impedirá de fugir. 

Obrigada por teres estado sempre aí, até quando não te consegui sentir!

11.8.24

Julguei...

agosto 11, 2024 0 Comments



Juguei que precisava de amor quando te conheci. Achei que me fazia falta ter quem me preenchesse o coração na altura tranquilo e resignado. Sonhei, muitas vezes depois dos nossos primeiros beijos, que beijar-te iria ser simples e revelador do desejo de ambos. Acreditei, porque era crente no amor que começava a sentir, que me saberias amar de volta, mas percebi, bem cedo por sinal, que amar é uma escolha consciente e que tinhas escolhido, conscientemente, não precisares de o fazer.

Juguei, num qualquer dia que já me parece TÃO distante, que teria o que nos bastaria a ambos e que juntarias o que eras e sentias, de forma voluntária, para que o que escolhessemos construir fosse à prova de vida. Achei que tinha avaliado bem a pessoa que me pareceia ter "achado" num Universo de tantas almas sedentas de amor, mas na verdade tinha sido apenas eu a desejar o que nunca chegou. Sonhei acordada e em muitas noites demasiado longas, que o sonho se materializaria e que NADA do que não sou me seria pedido, porque sou única e não carrego o que outros "modelos" tanto te parecem interessar. Acreditei, ainda por algum tempo, que me saberias encontrar no meio da multidão, mas a tua cegueira não era temporária.

Juguei que já sabia o suficiente sobre a natureza humana, mas apenas para perceber que só preciso de me conhecer para que o resto se encaixe. Julguei que tinha encontrado o amor que me serviria, mas na verdade apenas me atirei para o deserto emocional onde me encontro, mesmo que com a esperança de não me perder. 

7.8.24

O que vês quando me estás a ver?

agosto 07, 2024 0 Comments


O que vês quando me estás a ver? Provavelmente nada, porque para se ver há que saber para onde e de que forma. O que ouves quando me escutas? Será que são as minhas palavras, com os meus sons e da forma que falo, ou será que arranjaste forma de escrutinar, filtrar, ou até desvalorizar o que tanto repito, insisto e persisto, mas apenas para me iludir? Será que te dói ver-me em tantas dores, ou será que já as aliviaste, as tuas claro está? Será que seres tu é que conta, ou será que apenas contas com o que te torna a pessoa que na verdade sempre foste? Será que alguma vez provaste o inequívoco sabor do amor, ou será que ainda o procuras, ofegante e consciente da velocidade do tempo? 

Tudo o que nos força a demasiadas questões sem resposta aparente, ou tempo útil, apenas nos remete para o lugar do morto e para o vazio que se instala em noites de solidão acompanhada. Tudo o que não vem de forma natural ou simples, jamais transformará o tempo que o nosso tempo nos fizer perder. Tudo o que nos for oferecido em formato de presente mal embrulhado e naturalmente envenenado, apenas servirá para nos infligir mortes lentas. Tudo o que não souber a novo, jamais passará de reles repetições, muito provavelmente de vidas e amores mal vividos. Tudo o que não for nosso, jamais nos pertencerá em pleno.

O que vias de cada vez que me olhavas e não me conseguias ver? Seguramente que saberás a resposta.

2.8.24

Saudades de quem? De mim!

agosto 02, 2024 0 Comments



Estava com saudades de mim. Saudades de quando acordava tranquila e segura de que apenas eu me segurava emocionalmente. Estava com saudades dos sorrisos para dentro e das gargalhadas sonoras, quase sempre pelos mesmos motivos, um bom filme, um livro surpreendente, ou o nada que é tanto. Estava com saudades de pensar no amor como algo libertador e simples, ao invés de dúbio e manipulador.

O truque está em seguir as minhas passadas, ao meu ritmo e deixando para trás quem não me souber seguir. O segredo para não precisar de segredos, é viver com as "janelas" abertas, permitindo que o ar circule, quente ou frio, mas real. A magia, porque ela acontece a todas as horas, é continuar a acreditar que me basto e que não me devo impôr ou justificar.

Estava com saudades de ter as horas do dia apenas para o que desse na real gana, sem pressas e sem necessidades que não as minhas e aquelas que acolho dos meus. Saudades de não ouvir desculpas sem nexo e de não ter que reviver, vezes sem fim, as dores que me infligiram por tremenda falta de amor. Estava com saudades de aceitar e de entender que algumas pessoas apenas se poderão cruzar comigo, mas que jamais as deverei permitir ficar. Saudades de palavras verdadeiras, saídas de bocas descomprometidas. E não é que no meio de tanta saudade, esbarrei em mim, naquela que sempre fui e na que agora também me tornei após mais umas quantas aprendizagens? Mas apenas para perceber que não preciso de continuar a ter saudades, porque afinal já estou de volta a mim. 

29.7.24

Medo, do quê exatamente?

julho 29, 2024 0 Comments



Que medo é este, precoce, de estar sozinho? Que vontade é esta, agora, de querer pertencer, mesmo que no final de cada dia se pertença cada vez menos? Que incapacidade é esta e que aparenta ser inata, de se gostar genuinamente de alguém?

Cresci a ouvir que por amor se faria tudo, mas tenho esbarrado em pessoas que por falta de amor deitam tudo a perder e fazem até o que jamais considerariam aceitável ou possível. Aprendi, espero que não demasiado tarde, a não esperar por quem não espera e a não fazer por entender quem recusa o propósito da vida, das relações e do amor-próprio.

Que pessoas são estas que nos entram vida dentro qual fantasmas, porque as sentimos, mas raramente conseguimos ver no nosso elemento? Que tratados são estes que agora se assinam, mas apenas para que se prendam ao que nunca lhes permitirá momentos de paz? Que lugares se criam e recusam apagar, mesmo que novos sejam construídos, com histórias bem mais coloridas e reais? 

Aceitei, como o fazem os que se envolvem de sabedoria, a não pedir pelo que nunca me seria dado, evitando-me as perdas inegáveis do bem mais precioso que possuo, o tempo. Caminhei e continuarei a fazê-lo, por lugares inóspitos, com subidas árduas, mas que apenas me fortaleceram e afirmaram. Orei, e agora faço-o com maior frequência, pelo dia em que já não precisaria de me segurar, explicar, ou sequer impôr e todas as minhas preces estão a ser atendidas.

27.7.24

Esperei e esperei...

julho 27, 2024 0 Comments



Esperei, esperei muito, mas nunca saí da sombra. Esperei pelo teu sorriso genuíno, segura de que me era dirigido, mas nunca aconteceu. Esperei por palavras que fossem apenas minhas e com as quais o nosso amor crescesse, mas nunca veio e apenas o meu se aproximou.

Caí, duma queda livre e sem nada que me segurasse, para o abismo dos que permanecessem sozinhos na intenção e no desejo. Nadei contra correntes e mesmo sendo exímia nadadora, por diversas vezes quase que me afoguei. Caí de amores, por ti, mas nunca te tive no amor sob o qual tantas vezes escrevi. Caí, mas de forma consciente, calculando as mazelas e as dores que se colariam, no entanto fui forçada a aceitar o inevitável. Caí, não por ignorância e nunca por desconhecimento, mas apenas porque decidi testar a vontade que coloco em tudo o que sou e faço.

Esperei pelo que nunca poderia ter chegado, não depois do NÃO declarado que me ofereceste, mesmo que sem palavras. Esperei por escolha, mas desisti por lucidez e auto-cuidado. 

24.7.24

Quem somos?

julho 24, 2024 0 Comments


Somos o motivo e a razão. Somos, juntos, o que nunca nos serviria separados. Somos um caminho comum e muitos outros ainda por decobrir. Somos a soma quando nos acertamos e a divisão de tudo o que acumulámos enquantos nos tentávamos multiplicar, quase sempre em vão!

Tenho procurado razões e motivos para te querer e ter visto. Tenho andado pelas montanhas dos sonhos, quando as subo e pelos vales da angústia quando aterro, ou me trago para o chão. Tenho ouvido mais músicas nas quais me desculpo pelo que me infligi, mas acabo sempre por dançar as que me impelem a continuar. Tenho aprendido a desvalorizar o que na verdade de nada me serve se não me servir a mim em primeiro lugar. Tenho testado o amor mais vezes e tenho amado na proporção do que me tornei.

Somos tão únicos e diferentes que ou nos acertamos ou acabamos onde sempre estivémos, um sem o outro e cada um sem saber do que já sabe o outro. Somos o fim anunciado após cada reinicio, mas já somos cada vez menos complexos e complicados. Somos o amor que conhecemos quando já nos julgávamos suficientemente amados, mas somos o amor que ainda nos falatava dar, por não termos sabido a quem entregá-lo. Somos, agora, a simplicidade que coloco no que antes parecia tão pesado e somos sobretudo a soma do que te recusaste a ser enquanto subtraia o que desisti de querer. Somos e seremos, para sempre, eu e tu, mesmo que nunca consigamos ser nós...



14.7.24

Sabes o que me fazes sentir?

julho 14, 2024 0 Comments


A tua chegada fez-me de imediato sentir diferente, mais mulher, visível e até apetecível. O teu olhar não saía do meu e contava-me tudo o que os teus lábios carnudos calavam. De quando em vez largavas um sorriso malandro que acompanhavas com um piscar de olhos. Não te coíbias de largar gargalhadas sonoras perante o meu desconforto e pasmo. Conseguias mostrar o quanto te interessava e ainda sem demasiadas palavras.

As perguntas foram as necessárias para que tívéssemos assunto, mas rapidamente desatei a falar de mim sem qualquer inibição. Disseste-me que tens o dom de deixar os outros confortáveis e que por isso te contam sempre mais do que desejam. Os toques foram acontecendo, suaves e sem parecerem intencionais, mas após cada um mais demorado, a minha pele desatou a reagir, arrepiando-se enquanto a face aquecia, acusando um rubor que só não é visível porque tenho a tez escura. És um homem sendual e enigmático o bastante para permitires que a minha mente vagueie perante tanta curiosidade.

A tua altura faz-me parecer ainda mais pequena, mas já me consigo imaginar encostada a ti e enrolada nos abraços que certamente me deixariam segura e tranquila. O teu cheiro, ui, o cheiro faz-me abanar a cabeça umas quantas vezes, como que a sacudir o desejo que parece ampliar-se sozinho e sem freios. Tenho vontade de te perguntar que perfume usas, sobretudo porque estás ainda mais próximo. Será que sabes o que estou a sentir? Será que também te deixo excitado e sequioso da boca que sinto seca?

A tua chegada foi programada por quem jurou que nos juntaria, alegando que foramos talhados um para o outro. - E pensar que adiei tantas vezes este encontro. Quem és tu mulher linda? - A tua chegada numa noite quente e ruidosa, porque gostaria que todos se calassem para te ouvir melhor, restaurou-me a vontade de voltar a ter vontade de alguém, assim, sem demasiados porquês, apenas a permitir-me sentir. A tua chegada, hoje, vai mudar todos os outros dias e já não posso impedir-me de desejar que aconteça.

10.7.24

O que é que me importa?

julho 10, 2024 0 Comments



O que me importa é que continue a importar-me comigo. O que me importa é que continue a acordar sabendo o que pretendo de cada dia, para que todos os outros se alinhem e me melhorem. O que me importa é que mesmo adormecendo cansada de tanto movimento interno, continue a reencontrar-me e a reavaliar-me no meu exterior.

Sinto-me como um peixe em águas novas e percebo, mesmo que nunca o tenha duvidado, que na verdade sou suficientemente habilitada para não me deixar ficar mal. Sinto-me mais plena de amor e não é sem alguma desilusão, que me vejo incapaz de o utilizar. Sinto-me serena, mas revolta pela necessidade de continuar a percorrer tudo o que ainda me falta e tanto desejei. Sinto-me longe dos que nunca me conseguiram ver, mas um pouco mais perto da pessoa com a qual terei que viver.

O que me importa é o que faço por saber e que me sabe ao que ainda posso vir a ser. O que me importa é que os meus me aceitem e desejem copiar, porque apenas assim saberei estar a fazer o que é certo. O que me importa são os sons que me movem o corpo que fustigo, mas que alimento e respeito. O que me importa e importará sempre, é que faça exatamente o que digo, mesmo quando o final coloque o amargo nos lábios que sei serem doces. O que me importa, cada vez mais, é que nunca deixe de me importar.

4.7.24

Sonhei que te perdera!

julho 04, 2024 0 Comments

No meu sonho já não éramos nós, estavas sozinha, mas feliz. No sonho que desejava igual a todos os outros, nem sequer te lembravas de mim. Via-te de longe, ainda mais bonita, serena e com um brilho no olhar que nunca fui capaz de colocar. No meu sonho, que quase me pareceu um pesadelo, os teus passos eram firmes e leves.

Nada do que fizeste por me dar bastou para que me importasse em sequer devolver. Nada, nem mesmo o teu amor, me deixou com vontade de te amar de volta. Nada, nem mesmo a entrega, os carinhos e os sorrisos que me iluminavam os dias, me arrancaram da escuridão a que me atirei. Nada em ti me pareceu suficiente, até ao dia em que te perdi.

No meu sonho, aquele que desejo, ardentemente, nunca ter como a minha realidade, vi de que forma perdera a mulher que me fora reservada, mas que me esforçara por manter longe mesmo quando perto. No meu sonho senti que já tinhas o coração preenchido e a dor fez-me acordar.

29.6.24

Nunca me bastarei!

junho 29, 2024 0 Comments

Nunca deixei de me renovar, sempre e de cada vez que me senti diferente, mais habilitada e pronta. Nunca me acomodei às emoções negativas, mesquinhas e incoerentes, porque assim o serão as pessoas menos dotadas e mais pequenas. Nunca me atribuí culpas que não eram minhas para sentir, ao invés senti-me ainda mais confiante de que o meu modelo é o correto, até porque me define. Nunca desarredei o amor verdadeiro do meu caminho e é por isso que sei, com total certeza, que me encontrará.

Os anos têm passado por mim com enormes lições, as que analiso até à exaustão, não vá perder-me de mim e do que já conquistei. Os amores, esses, foram chegando a bambolear, querendo-me pelo que sou, mas incapazes de aceitar o que tenho. Os sabores, os tons e os olhares que me atrevo a testar, têm testado os sorrisos, os choros e até os medos, porque destes últimos não fujo, apenas os enfrento.

Nunca me disse um NUNCA redondo, não,

porque já aprendi o suficiente sobre mim e os outros. Mas nunca deixo de dizer os NÃOS que me salvam sempre de quem apenas diz sim para sentir validação e segurança. Nunca mais serei a mulher de ontem, até porque nada no meu hoje me impede de alcançar aquela que decididamente serei amanhã.

16.6.24

O que sou por palavras?

junho 16, 2024 0 Comments


Escrever é um estado de alma. Colocar-me em palavras, uma necessidade. Usar os sons que os pensamentos me oferecem, um privilégio, mesmo que me "martele' sozinha, perante a incapacidade de parar de pensar.

Tenho tentado aceitar as minhas diferenças, impedindo os outros de me tabelarem e de procurarem por um modelo que nunca teve forma de existir, talvez porque os criativos desenhem um mundo imaginário. Tenho tentado fazer mais sentido, até quando não pareço romper as barreiras que a maioria usa, por defesa e receio de não pertencerem. Tenho tentado desvalorizar quem não me aceita ou inclui, seguindo por trilhos que me impeçam de me perder de mim. Tenho até tentado amar quem não me ama, mas nem sempre fui bem sucedida...

Escrever afasta-me das inutilidades, das futilidades e visões afuniladas. Escrever descreve-me e leva-me, antecipadamente, aos lugares onde terei que estar. Escrever, usando o que aprendi, seguramente que servirá a alguém, nem que seja para alimentar sonhos ditos impossíveis. Escrever é o que NUNCA poderei deixar de fazer.

2.6.24

Ai se eu pudesse...

junho 02, 2024 0 Comments



Se pudesse regressar àquele dia, a um em específico e a muitos outros que me moldaram e trasformaram, nem sempre para melhor. Se pudesse parar de chorar pelo que foi feito e por tudo o que deixei de fazer, acreditando que estava a usar das melhores e maiores razões. Se pudesse ter dado mais colo, abraçando-me no porcesso. Se pudesse não ter alguns dos arrependimentos que me deixam "caída" e sem o norte que sempre encontrei, até quando percorria caminhos novos. Se pudesse preencher o vazio que se instalou quando me afastei de mim e desatei a perseguir fantasmas. Se pudesse...

O meu corpo foi quase sempre sentido de forma estranha, como estranhos eram os sentimentos que guardava para mim. A minha mente nunca se aquietava e a velocidade que imprimia e imprime até hoje, deixava todos os outros para trás. Fui sempre estranha para muitos dos que procuravam a normalidade para poderem, de forma aparentemente normal, lidar comigo, porque nada do que sonhava se encaixava nos sonhos que escolhiam partilhar, mas que eram apenas cópias de tantos outros. Nada do que dizia lhes soava a natural, porque ser natural, aparentemente, é pertencer.

Se pudesse ter dito, mais vezes, o quanto importavam os que sempre irão importar para mim, a mulher que tão bem usa as palavras, talvez não me fossem cobradas as reações que nunca serão as minhas. Se pudesse ser igual a todos os outros, assim o escolheria, porque ser diferente afasta-me dos que nunca saberão o que fazer comigo. Se pudesse voltar a colocar numa tela virtual, tudo o que fui, senti e passei enquanto fazia o que sempre soube fazer melhor, amar, teria como provar quanto cuidado, toque, vida e tempo ofereci. Se pudesse rebater as inverdades que o desalento, os medos e a dor do crescimento provocam, não teria como ser julgada por falhas que NUNCA me poderão ser atribuídas. Se pudesse, neste preciso momento, abraçar-te forte e sussurrar-te ao ouvido o quanto te amo, porque o fiz no mesmo segundo que te vi, SEI que não terias como duvidar.



21.5.24

O que sempre quis ser?

maio 21, 2024 0 Comments



Toda a minha vida quis ser escritora. Todas as horas dos dias que prolongava quanto pudesse, eram envoltas nas palavras que lia, esperando também poder escrevê-las. Toda a minha infância, mal soube juntar palavras, foi enfeitada pelo que acreditava e ainda acredito, ser a forma mais nobre de melhorar a nossa existência. 

Passar pelas palavras, ouvindo-as com atenção, tem facilitado o meu percurso, mas dificultado a percepção dos que as embrulham de forma aparentemente bonita, mas apenas para poderem usar e amassar os que ainda acreditam no amor tal como deveria ser, simples, único a cada relação e pleno do que nos alimenta mais do que qualquer outro suplemento. Teclar, como hoje faço, é apenas a extensão do que represento para mim em primeiro lugar e para todos quantos escolho manter no meu círculo. Escrever porque me consigo sentir melhor enquanto estou a receber do que aparentemente recebem os outros, até pelos que mantêm as mãos vazias. 

Toda a minha vida acreditei que esbarraria em que me impelisse a escrever sobre mim em cada conto ou história inventada. Esperava, numa espera que não termina, por quem me soprasse aos ouvidos as mesmas palavras que tantas vezes replicava e das quais não me canso, não ainda, porque estaria a desistir do que me move. Todos os livros que devorei, ensaiando os sons que um dia seriam os meus, porque seriam ditos por alguém que me escolhesse, trouxeram-me a paz dos resignados, mas a insatisfação dos que nunca chegam onde é suposto. Toda a minha vida quis escrever sobre amores reais e verdadeiros, mesmo que soubesse que os grandes romances assentavam em dores de alma e corações partidos.

Toda a minha vida quis ser escritora e nada do que faço poderia alguma vez bastar se não me enchesse até do que me deixa ainda mais vazia, mas crente. Toda a minha existência não bastará, sei-o agora, para que me conheçam verdadeiramente, mesmo que use sempre das palavras que me definem até quando não o faço sobre mim. Toda a minha vida sonhei com o dia em que escreveria um romance com final feliz, não porque o inventasse, mas porque seria sobre mim.

17.5.24

Já são 30 anos!

maio 17, 2024 0 Comments



30 anos de TANTO amor!

Já são os 30 anos do meu primogénito. Temos tido muita vida nos anos que lhe couberam e é assim que pretendo continuar a acompanhar as suas escolhas, os revezes e as inúmeras vitórias. 30 anos das descobertas que o levaram ao lugar que o "roubou" de mim, mas no qual se sente válido, realizado e em casa, pena que não seja a mesma que a minha, mas a vida foi-mo dizendo mal nasceu, que a viagem deveria ser feita com intensidade e entrega, porque eventualmente deixaria de fazer parte dela. 30 anos que agora parecem ter voado, mas nos quais estive de corpo e alma, com o coração fustigado e a encolher-se tantas vezes quantas se estendia, e numa roda viva que me espicaça a resiliência, mas tão completa que quase parecia rebentar de felicidade.

Continuo a achar extraordinária a capacidade de acumular tanto amor, respirando de todas as inspirações que faz e esperando, ansiosamente, que expire de forma tranquila e segura. Sinto-me tão abençoada que por vezes duvido do tanto que me foi oferecido em formato dum filho que me trouxe uma nova visão do mundo, fornecendo-me os superpoderes que agora uso para resistir à falta física que tenho dele. 

Já são os 30 anos do primeiro homem que entrou na minha vida para nunca mais sair. Parabéns a nós!

12.5.24

Tem alguma fé em mim!

maio 12, 2024 0 Comments


Quando a escuridão se instalou, logo após um sol luminoso e quente, nunca deixei de ter fé. Sempre que o amor não chegou, mesmo que me tivesse rondado, sobretudo nos sonhos, mantive a fé em mim. De cada vez que fui forçada a fugir do que me pareceu ser o dia certo e o momento em que seria a pessoa escolhida, não deixei que a minha fé no amor se despedaçasse.

Não somos feitos apenas de certezas, mas existem umas quantas inegociáveis. Não sabemos tudo, até quando achamos que já pisámos os mesmos caminhos e fizemos o que era suposto para que nos vissem. Não temos varinhas mágicas, não no que ao amor diz respeito e jamais seremos capazes de arrancar vontades de quem não as tiver. Não seremos sempre a pessoa que a nossa pessoa deseja, mas deveríamos ser a que soltariam se nada tivessem para oferecer.

A minha fé tem crescido perante tudo o que já sei não dominar. Sei, agora com mais convicção, que as segundas chances nos salvarão de arrependimentos, mas no que diz respeito às terceiras ou às que "oferecemos" até quando já mais nenhum tempo nos restar, apenas servirão para derrubar a fé que tanto custa a juntar. 

Não pretendo desistir do que sei que me está reservado, mesmo que ainda tenha que fazer o caminho do carvão em brasa. Não me despeço logo após a um "olá" renovado, mas renovo os cumprimentos e as pessoas a quem os dirijo. Não fico se ir me salvar e é a essa fé que me agarro para não voltar a cair. Afinal não sou apenas eu comigo, foi o que a minha fé na vida me ensinou e é com ela que viajarei até ao dia em que já puder regressar, e ficar.

11.5.24

Quem és para os que te olham?

maio 11, 2024 0 Comments


Quanto mais ficas a conhecer de ti enquanto conheces os outros? O que te faz despoletar a vontade de permaneceres com o que já tens e és, ou o que te desarreda das vontades que aparentemente se consomem rapidamente, apenas para que os vazios se instalem? Quem tens que deixar ir para que as partes de ti que te mantêm inteira não se desmembrem? Quem és quando estás apenas a ser tu, sem máscaras e sem repertórios que deixaram de se encaixar no presente que escolheste construir? O que importa afinal se parares de te importar contigo?

Não sou dada a cegueiras momentâneas, nem as prolongo para justificar o que não me faz feliz. Nâo me mato voluntariamente, porque seria a mim que caberia carregar com o que sobrar. Não choro se puder escolher sorrir e NUNCA aceito o que me tornaria inaceitavelmente imperfeita. Não sei tudo, mas pretendo aproximar-me de ainda mais sabedoria, porque ela está ao meu alcance a cada olhar e nos semblantes dos que comigo se cruzam. 

Quantas músicas te recordam do que não deves permitir e que tempo te permites ter para que não te forcem a ser o que nem sequer conseguirias parecer? O que é que a palavra casa significa para ti e o que conseguiriam ver se te vissem no teu lugar? 

6.5.24

Enches a minha "sala"!

maio 06, 2024 0 Comments

Entras e a sala enche-se da presença que pareces carregar, como se tivesses algo mais e fosses bem maior do que os que te olham. Caminhas, de ar seguro e distante, mas cheio dum poder que afasta os que não te entendem nem sabem ler. Sorris com o olhar e ajeitas os cabelos longos que te cobrem os seios generosos, mostrando um corpo que te sustenta o porte e a aparente altivez. Quando danças, sozinha, com passos que acompanho sem me desviar, um segundo que seja, de toda a sensualidade de que és feita e que faz de ti a mulher que pretendo ter, o mundo pára, ou deixa de girar para o mesmo lado.

Já te sinto o sabor que apenas antecipo e já me sinto a sentir cada pedaço de pele que te cobre, esperando pelo tempo e momento em que o tocarei sem reservas. Já não nego nem renego o amor que te tenho e há muito que o passei a incluir em cada um dos momentos que te trazem até mim, mesmo quando não estás. Já me sinto mais corajoso e capaz de te ouvir, antecipando a voz que se me entrará alma dentro, achocalhando todas as ideias que mantive presas em teias que me impediram verdadeiramente de viver. Já sei o que te direi, mesmo que as palavras arrisquem a não sair quando me aproximar e já sinto o coração restaurado, o mesmo que outrora senti partido. Já não pretendo congtinuar a viver sem ti...

Entras na sala, como acabaste de o fazer e nada mais me importa ver ou ser se não o for contigo.

5.5.24

Ser mãe é?

maio 05, 2024 0 Comments



NUNCA pretendi ser apenas alguém que tivesse uma denominação específica imposta. Jamais me revi em papéis únicos e fui, em todos os momentos, a Mulher que concebo, para chegar à mãe que nunca planeei ser, mas que me revelou muito do que aprendi e uso hoje. NUNCA esperei por momentos específicos para passar o que carrego aos meus 3 filhos, porque apenas assim terão como balizar as suas vidas emocionais, pelo contrário, estou sempre quando de mim precisam e jamais deixo de estar quando acham que não lhes faço falta.

Ser mãe tem lugares diferentes para cada uma e cuidar, para toda a vida, dos seres que nos foram confiados, uma missão mais ou menos definida para umas quantas! 

Vou tentando fazer de mim a Mulher que escolheu ser mãe, porque ela terá que continuar, quando o ninho ficar vazio, a viver a vida que sonhou conquistar. Ser mãe é um lugar de chefia sem patente, por vezes assessorado, mas muitas outras apenas alimentado por quem o pretender ser enquanto crescer, com falhas, aprendizagens, desejos e medos, muitos, tantos que não caberiam em compêndios com vários volumes. Ser mãe até quando aparentemente não o estou a ser, faz-me incluir em cada escolha os que sentirão os seus efeitos. Ir para que ficar não se torne demasiado e ficar, porque me foi solicitado sem palavras, tornou-se um puzzle com peças novas e formatos diferentes, mas que desejo movimentar com mestria. Ser mãe não começou apenas num dia, naquele em que tudo mudou mal recebi no colo mais uma vida, ser mãe é o meu eterno posto sem reforma, a escolha que me suga cada grama de energia, mas que me é devolvida com os sorrisos, as conquistas e com as metas que até poderão falhar, mas que estarei pronta para ver atravessar. Ser mãe não se esgota em textos, nem em todas as palavras que me ocorra usar. Ser mãe é poder sê-lo, não importa a forma ou a origem, desde que lhe retire o peso e lhe some o amor. Ser A MÃE é o que continuo inesgotavelmente a questionar, porque se para sê-lo bastasse tudo o que sinto, então já teria chegado.

29.4.24

O que já soube...

abril 29, 2024 0 Comments



me perdi de mim umas quantas vezes, mas apenas para me voltar a encontrar. estive em caminhos novos e escuros, mas já soube como os iluminar. me dei sem receber de volta, mas também tive em iguais proporções. fui o doce sabor na boca de alguém, mas saboreei, com enorme prazer, bocas que não terei como esquecer. chorei logo após inúmeras gargalhadas, mas me senti incapaz de derramar uma lágrima que fosse. 

Nada como um dia depois do outro para que tudo se coloque em perspetiva. Sabermos o que ser e o que fazer até quando nada mais parecer poder ser feito, seguramente que fará de nós seres mais fortes. Aceitar as derrotas, entendendo que as vitórias poderão ser efémeras, confere-nos mais realismo, porque apenas seremos tão grandes quanto o conseguirmos sentir.

fui tão amada, que quase me senti consumir pela incapacidade de amar na mesma prroporção e esforço. recebi as flores que me coloriram o jardim interior, mas vi os dedos sangrarem por espinhos ocultos. acreditei mais nas habilidades que me definem, mas foi com cada uma que cheguei até aqui, inteira, mais forte e ainda mais habilitada. senti o corpo esgotado por tanto amor feito, mas o tive vazio e inerte por imensa falta de amor.

27.4.24

O que é que te posso chamar?

abril 27, 2024 0 Comments



O que é que te posso chamar? Que palavras posso usar que não usem, erradamente, o que representas para mim? O que te posso chamar quando até a dormir chamo por ti, talvez até de forma desesperada perante a possibilidade de já não me responderes? Que poder exerces sobre mim quando até o teu cheiro me impede de funcionar e a falta dele me leva para lugares de onde quero rapidamente voltar? O que é que te posso chamar para que saibas, exatamente e sem qualquer dúvida provável, que é a ti que chamo?

Se sobesse escrever, saberia de que forma manter, para sempre, o que significas na minha vida. Se o meu olhar te conseguisse passar o que vejo de cada vez que o dirijo para ti, saberias já quem és para mim. Se o teu nome não me consumisse tanto pelas vezes que por ele grito em silêncio, seguramente que gritaria bem alto, para que me ouvisses verdadeiramente e soubesses como me responder. Se amar-te fosse um exercício simples e tranquilo, talvez não houvesse tanta intranquilidade boa no amor que te ofereço. Se já me amasses como tantas vezes esperei, a espera teria terminado.

O que é que te posso chamar, quando te chamo incansavelmente e não te oiço nas respostas que me escreves, mas que te sentes incapaz de verbalizar? O que é que te posso chamar, agora que chamo como sei que gostaria de ouvir? 


22.4.24

O> que fazes com o teu tempo?

abril 22, 2024 0 Comments



Tempo, aquele que uso a meu favor e o que deixo correr à velocidade que me sobra. Tempo, o tempo que me resta, mas que permanece uma incógnita, sobretudo porque não me garanto o uso adequado. Tempo que já vivi e o que ainda planeio manter vivo na vontade de continuar a viver, por mim e para quem me pertencer.

Não me recordo do tempo que deixei quando fiquei para trás. Não me esqueço da felicidade que o tempo me permitiu em tantos momentos, pequenos para alguns, mas tão grandes pela tabela que eu mesma criei. Não sei quando foi que o tempo me afastou da chama que sempre uso para não me queimar sozinha. Não desvalorizo o tempo que me levou em viagens inusitadas e é por isso que agora, após tanto tempo de análise, planeio continuar a usar para o mesmo fim. 

Quanto tempo te dispensas quando estás a dispensar aos outros o que de mais valioso possuis? Quanto tempo levas a encaixar amores inesperados e o que fazes com o tempo quando eles terminam? 

Já tive, no tempo que me calhou, a possibilidade de validar o que me pareceu importante e é assim que o pretendo manter. Já fui pouco tempo para quem me amou sem reservas e já fui o tempo perdido de quem não me reconheceu. Já soube melhor o que fazer do meu tempo, mas já fiz as pazes comigo por todo quanto desperdicei.

20.4.24

Não é não!

abril 20, 2024 0 Comments



Não entendo a intenção na dor. Não aceito a pequenez de quem diminui e magoa. Não partilho de sentimentos vazios e não fico em lugares onde seja apenas uma figura difusa e sem forma ou formato. Não vivo para quem não sabe viver comigo e recuso-me a respirar o ar dos que apenas sobrevivem de máscara.

Não me retirem a felicidade de que sou feita, até quando me sinto triste e mal entendida. Não me cataloguem ou julguem igual, porque não pretendo colagens. Não me arranquem os sorrisos que ofereço sem esforço e não me forcem a mostrar o pior de mim, porque também o tenho. Não se sintam refletidos em imagens que não entendem e não tentem entender o que parecerá sempre uma língua nova e desconhecida.

Não sou a que pede o que lhe deve ser dado e não dou se for continuamente indesejado. Não queiram iniciar as viagens que já faço por ter roteiros defindos e não se agarrem à indefinição como desculpa, porque nunca saberei de que forma desculpar os que não olham, não conseguem ver e não escutam o que deveriam já ter ouvido. Não esperem por diferente enquanto o igual me continuar a marcar qual ferro em brasa.

Não entendo os que recusam entender-me quando sou clara, coloco legendas e até uso língua gestual. Não aceito os que já me recusaram antes e não partilho, porque me recuso, males de almas que não se redimem. Não vivo para ninguém se não souberem de que forma viver comigo e não coloco gostos no que for declaradamente feio.

16.4.24

Será que sentes saudades de ti?

abril 16, 2024 0 Comments



Será que sentes saudades de ti? Será que te lembras de quem eras quando desejavas, ardentemente, transformar-te na pessoa que já és hoje? Será que passaste a sonhar outros sonhos e a ansiar pelo que afinal sempre te pertenceu? Será que és feliz na caminhada que escolheste fazer, sabendo que a felicidade é um estado de espírito?

Estares onde é suposto, evoluindo e crescendo por dentro, permite-te ser visto de forma diferente por fora. Passares para os outros o que tens, quando fazes por ter tudo cada dia mais, mostra-lhes o quanto é possível e natural que evoluamos naturalmente, uns mais do que outros, pelas histórias, escolhas e coragem até em momentos de fraqueza. Quereres diferente enquanto tudo é tão pequeno e igual, faz de ti a pessoa para quem se olha, por vezes com estranheza. Teres-te em primeiro lugar, impede-os de te terem sem que para isso se esforcem, porque os forçarás a formatos diferentes e nos quais te encaixes. Permitires-te sentir e dizer o que carregas, afastará os que se carregam com dor e sem esperança.

Será que sentes saudades dos sorrisos sem cobranças e das corridas para lugar nenhum? Será que escolhes ser feliz mesmo sabendo o quão raro e valioso é cada respirar? Será que sabes mesmo quem és, agora que acreditas saber o que importa?



14.4.24

Como está o teu coração?

abril 14, 2024 0 Comments



O coração é o lugar onde vais queres morar com sentimentos bons, porque a não os serem, muito pouco de ti se aproveitará. O coração que tantas vezes alimentamos à pressa, ou que nem sequer nutrimos, é o que nos impede de secar por dentro, porque apenas com ele no lugar certo e cheio de todas as emoções que nos permitem andar por aqui, mais seguros e sem dores que nos derrubem, é que não somos apenas mais um. O coração que deverás escutar com atenção, envolvendo-o da razão que não lhe cabe por competência, porque de contrário tornar-se-à no teu pior inimigo.

Como está o teu coração, será que o escutas com atenção? Como estás quando o tens pleno de amor, mas bem regado de razão e bom senso? Como estarão os que fazem parte dele e para onde envias os que saem quando apenas estiverem a ocupar espaço?

O coração, o meu, tem-me dado que fazer, mas já nos vamos comunicando numa língua comum, ou assim o obrigo. O coração que planeio continuar a fazer bater por mim e comigo na dianteira, não tem total poder sobre como e a quem amo, porque a qualquer momento posso escolher deixar de o fazer. 

12.4.24

O que preciso de ser?

abril 12, 2024 0 Comments


Não tenho que ser, nem preciso de querer que me queiram pelo que julgam saber de mim. Não me escudo em desculpas que nunca desculpariam o que não me representasse e jamais, em nenhum dos momentos que uso para estar comigo, poderia passar o que não tenho.

Não sou parecida com o que dizem ser desejável, provavelmente porque torna tudo menos dificil de entender, mas também não dificulto o que para mim será sempre fácil. Não busco os mesmos lugares, mesmo que saiba o quanto tornaria a minha vida mais simples, se simplesmente seguisse, na passada dos outros, pelos caminhos que já desbravaram. 

Não preciso do que aparentemente é necessidade comum e dificilmente me ouvirão reclamar do que não cuidei, porque é a mim que cabe caber no mundo que escolho. Não vou sem saber de que forma voltar e nunca começo o que souber não poder terminar.

Não sou feita da massa que todos mexem e remexem, até no mesmo recipiente, porque planeio ser muito mais, todos os dias, para mim, vazando-me inevitavelmente para os que amo. Não canto num timbre comum, mas sei de que forma me encantar com as músicas que eu mesma escolho e no final sou quem importa.

O que precisaria afinal de ser para poder pertencer? Provavelmente TUDO excepto quem já sei que não sou e é por isso que NÃO pretendo mudar.

10.4.24

Quantas perdas te vestem?

abril 10, 2024 0 Comments



Perdas inevitáveis quando, inevitavelmente, te deixas levar pelo que sabes não ser real. Batalhas que se avolumam e que perpetuam a guerra, arrancando-te os pedaços que tanto te custaram juntar. Momentos que te impedes de viver, enquanto vives de forma forçada, o que sabes ser de mentira.

Não te iludas por demasiado tempo, não quando já tens todas as respostas e quando partes dos teus dias deixam de ter sabor. Não te massacres perante a incapacidade de quem afinal nem conheces, porque apenas estarás a relegar-te para segundo plano. Não aceites o inaceitável em nome dum amor que apenas criaste no teu imaginário fértil, porque ele cairá tão depressa quanto chegou, e sem aviso, como o fazem quase todos os amores. Não te dispenses dos lugares que já ocupavas, apenas para que possa caber quem nem sequer desejou entrar. Não aceites o não como resposta para o que deveria ser um sim definido e sincero.

Perdas que se colam a todos, aos que perdem por escolha e aos que escolhem, durante demasiado tempo, não perder o que julgavam valer a pena. Perdas que nos recordam do quão bom era não ter por perto quem nunca nos desejou o bastante para nos manter. Perdas que demoram a aceitar, mas que nos permitirão entender melhor quem somos e o que fazemos por aqui. Perdas, porque fazem parte de qualquer processo, mas que nunca nos poderão levar a que nos percamos de nós.

6.4.24

Do que é que gostava?

abril 06, 2024 0 Comments



Gostava de ser egoísta, tanto, que preocupar-me apenas comigo fosse o que soubesse fazer melhor e nenhum remorso me inundasse a alma. Gostava de não precisar de pedir para ser gostada, não à minha maneira, porque já o saberias. Gostava, muito, de já ter as respostas que fui buscando mal te comecei a amar e gostava, ainda mais, de não ter que me preocupar com perguntas sem resposta.

Todos os caminhos que vou fazendo e que escolhei incluir no meu roteiro emocional, têm-me levado aos lugares certos, sinto-o, porque vou entendendo os motivos pelos quais ainda os percorro. Todas as escolhas, até as que nem parecem ser minhas, têm-me mostrado os pedaços inteiros, fazendo de mim uma mulher ainda mais determinada e forte. Todos os beijos que nunca desperdicei, foram-me sabendo ao que sou capaz de dar enquanto amo e é com TODA a certeza que percebo amar como apenas poderia acontecer.

Gostava de não precisar de reiniciar a nossa história de cada vez que algo se quebra, ou que alguma ponta se mantém irremediavelmente solta. Gostava de viver o simples, o certo e o real. Gostava de saber como voltar de cada ida e de poder regressar sempre que sentisse vontade. Gostava de poder pesar e medir o quanto gostas de mim.

Todas as vontades que mantemos até quando parecem não ser o que nos melhoraria, permitem-nos avançar mesmo após alguns recuos. Todos os sonhos que conseguirmos sonhar acompanhados, até quando sozinhos, seguramente que servirão para que se tornem realidade e é por isso que uso cada minuto de todas as longas horas, para te manter no lugar que reservei apenas para ti.

30.3.24

O preço das escolhas!

março 30, 2024 0 Comments



O preço a pagar por cada uma das escolhas que se faz, sendo mulher, é por norma muito alto! 

Já paguei contas que não estavam na lista, mas também já deixei umas quantas por pagar, por indiferença, medo, ou incapacidade. O preço que me pedem, a vida na sua grande maioria, é tão avassalador, que não raras vezes acordo com o pulsar acelerado dum coração que não controlo, mas ainda assim aliando-o à mente que me tem preservado. O preço de saber exatamente o que TENHO que fazere o que NUNCA poderia alguma vez ser feito por mim, quase que me derruba e amiúdes vezes maltrata, mas são essas as minhas escolhas e é com elas que aprendo a viver.

O preço da dor que um amor mal correspondido provoca, é pago em tranches longas e penosas, se não soubermos como as encurtar. O preço de sabores que as nossas bocas recebem, quando estão a receber o NADA que se instala imediatamente após cada um, impede-nos de aceitar o que NÃO deveria, sob nenhuma circunstância, ser aceite. O preço da mentira que cresce e mutila, mas que dificilmente se mantém escondida, afasta-nos da nossa verdade e muda-nos, irremediavelmente, para sempre. O preço de cada SIM, quando sabemos de antemão até onde nos levará, devolve-nos inevitáveis negas, muitas das que acaberemos a sentir na pele, no corpo dolorido e na alma cansada. 

O preço de amores que não o são. O preço de idas e vindas sem fim. O preço de lugares que desejamos manter. O preço das coisas que temos e das que almejamos conquistar. O preço dos sentimentos que suforcamos quando somos mães. O preço de saber línguas diferentes e o preço de não as ter aprendido. O preço de ser autónoma e o preço de nunca conquistar o que nos tornaria livres. O preço que nos colocamos e o preço que os outros julgam ter. O preço das escolhas que teremos que continuar a fazer, vida fora. O preço a pagar por sermos nós...

20.3.24

Nada x nada!

março 20, 2024 0 Comments


Vazios que se instalam quando já mais nada parece ser suficiente, ou valer a pena. Pensamentos que se materializam e sensações que se transformam em verdades impossíveis de negar. Medos que se colam à pele e quase nos derrubam pela impotência. 

Nada como o nada de sempre para que o agora não tenha forma de nos restaurar do muito que antecipámos, mas ainda assim fizemos acontecer. Nada como a incapacidade de aceitar o que nos esventra e mutila para sempre, para que o amanhã tenha um olhar diferente, vazio e sem cor. Nada como deixar de sentir, mesmo que a dor nunca nos abandone, para que deixar de sofrer se transforme numa miragem. Nada como o desamor para que qualquer amor novo se esfume, porque o impediremos de entrar.

Nunca te deixes para mais tarde, porque o amanhã estará aí, ao virar da esquina e depois de um qualquer dia aparentemente normal. Nunca te negues o que fará de ti a pessoa com a qual quererás viver, porque serás a única a restar. Nunca uses de demasiadas desculpas, nem mesmo para ti, para desculpar o que os outros escolher ser e fazer. Nunca esperes do exterior o que apenas o teu interior comporta, porque acabarás irremediavelmente desapontada.

Nada como regressares ao que conheces, para que a determinação se mantenha e te restaures do que não poderás controlar. Nada como saberes o que fazer do amor que carregas, para que saibas, sem qualquer dúvida, quem o poderá receber. Nada como permaneceres determinada até no que te assusta, para que eventualmente os sorrisos regressem. Nada como nunca aceitares o nada que te oferecem, como se te pudesse servir, para que sirvas o propósito que te trouxe até "aqui".