Vem...




Eu finjo que te ultrapassei, que a minha paz voltou logo que decidi que já não teríamos mais história, mas na verdade continuo a querer saber de ti, a olhar para as memórias que me restaram do teu rosto, a ouvir o som da tua voz, a mesma com a qual estremecia de cada vez que te ouvia chamar-me de pequenina. Fiz-me sempre de forte, de resolvida, desejei mostrar-te uma mulher que na realidade não existe, aquela que eu conheço iria querer gritar que te amo, que te quero desde que mudaste a minha vida e me mostraste que sou muito mais, que tenho tanto para dar, para sentir, que vale a pena recomeçar, procurar quem nos vê realmente, mas... mas acobardei-me e agora resta-me ir sabendo de ti, do que fazes, como vais, por onde andas.

Será que quem entrou na tua vida te cuida, te quer e acompanha como eu sei que faria? Essa mulher ouve-te, partilha dos teus sonhos, caminha contigo em silêncio na praia apenas a escutar a alma? Quem escolheste sabe realmente de ti? Acorda-te de mansinho com carinhos e beijos que te trazem de volta à vida, à realidade? És feliz? Preciso tanto saber como estás, se continuas a dar gargalhadas sonoras, reais, verdadeiras. Sonhei amanhecer contigo e saber-te feliz, mas perdi-te, a ti e a mim, por aí, deixando para mais tarde o que não deveria, sentindo fugir-me das mãos a felicidade que desejei e sabia para mim.

O que me resta agora? Desejar que outro alguém entre pela porta que deixei escancarada para ti e me faça feliz? Quem sabe, talvez acabe a escrever outra história, com um final mais completo, onde possa ter ao meu lado quem me mexa por dentro e traga para fora o melhor de mim. Quem sabe... mas até lá só queria saber de ti!

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