Projectos emocionais!


- Quanto tempo vais estar fora?
- Não sei minha querida, o que eu necessitar para que este livro se feche de vez.
- Não estás a por demasiado de ti nele?
- Isso é ponto assente, pus-me lá dentro de tal forma, que para tirar nem que seja um pezinho, me enrolo e enrolo...

A saída de cena do Manuel, da sua vida e da sua rotina, estava a baralhar-lhe o relógio emocional. Tudo se desencaixara, as longas noites em que faziam de tudo e aproveitavam os nada que os completavam. Os mimos de cada vez que trocavam mensagens. Os telefonemas que se prolongavam quando o trabalho os separava por continentes...

- Ainda estás a sofrer?
- Não sei o que te diga, se estou a sofrer ou a morrer por dentro.

O que se faz aos projectos que se criaram em conjunto? Para onde vai o que se delineou, sonhou, e que até se começaram? Como se aceita o distanciamento que se criou em pensamento, vontade, pele e desejo? Acho que se morre um pouco. Todos os dias um pouco mais.

Eu sei que terminar o livro será fechar ambos os capítulos, sobretudo o da nossa vida, e esse não irá ser lido por ninguém, apenas eu e tu saberemos dele e de como terminou!

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