Será que sabemos do que sabem os outros?



Sabemos todos de alguns que tudo têm sem nada terem. Os que acumulam bens para se sentirem mais válidos, mas que se enrolam num vazio contínuo todos os dias. Os que nada possuem e ainda assim são tão livres e puros, que nada lhes faz falta, nada material e certamente nada que alguém lhes possa dar e que não passe pelo emocional, pelo que acrescenta sentimentos, palavras e emoções. Sabemos dos que apenas deambulam por aqui, sem qualquer bússola interior e por isso mesmo vão e voltam inúmeras vezes, apenas para continuarem a repetir os mesmos caminhos. Sabemos dos que até já saberão o bastante, mas ainda assim se recusam a usar cada lição. Sabemos que a vida funciona como um eterno boomerang e que o que vai volta, o que se dá recebe-se e que o que se fecha nas mãos endurecidas pelas sucessivas dores, jamais servirá a alguém.

O que é que procuras aprender sempre que acordas e o que é que achas já ser capaz de dominar, para que recuses quem te ensine ainda mais e melhor?

Sabemos cada vez menos sobre a natureza humana e o que ela ainda precisa para evoluir positivamente, considerando todos à sua passagem e deixando algo que verdadeiramente possa ser válido. Sabemos que a algumas pessoas é-lhes retirado o chão que sempre conheceram e dado um outro que depois se lhes entra na pele, mas apenas para que voltem ao início sem que saibam de onde vieram e o que é suposto fazerem para que os outros os reconheçam. Algumas pessoas ficam irremediavelmente danificadas e acabam por danificar tudo à sua volta.

Sabemos todos que o ser humano é tão frágil quanto a vontade determinada que carrega para se manter forte, e tão forte quanto a incapacidade que regista de aceitar os que não o fortalecem, apenas diminuem e tornam a sua jornada ainda mais difícil.

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