Felizes apenas em filmes?


Será que apenas conseguiremos ver amores pelos quais se lutam e dos quais nunca se desistem em filmes? TRISTE!

Talvez a dúvida ensombre a capacidade de perseguirmos o que supostamente nos faria felizes. Talvez a forma fugaz, apressada e desmedida com que se iniciam relações, baseadas em fundações de areia mole, nos impeça de ver para além do vidro, mas se olhamos pela janela sem a abrir, a perceção do exterior será menor, reduzida e com obstáculos. A solução passaria, quero acreditar, por a escancarar e por colocar a cabeça de fora, olhar e então sim, ver.

Tudo o que imaginamos e sonhamos já existe e já foi inventado. Não vejo então por que razão não nos podemos limitar a copiar e a seguir o que é bom, o que faz bem e o que permite finais felizes. Será porque ainda não saibamos o que significa isso verdadeiramente? Ser feliz, é fazer feliz quem nos muda os dias. Ser feliz e ter finais felizes, que serão apenas recomeços a cada dia, será nunca dar o que não queremos para nós. Ser feliz é ter quem e para onde olhar, sabendo que nos olharão com igual desejo e intensidade. Ser feliz não acontece apenas em filmes!

Fico a cada dia mais triste por todos quantos jamais saberão o que significa ter por perto quem consiga até deixar de respirar para poder olhar, infinitamente, sem que o momento se interrompa. Termos quem mude as noites para passarem a ser dias radiosos apenas para ver sorrir quem ama, é o que ainda desejo, para mim e para todos os outros. Lamento pelos que nunca entenderão o que significa abraçar quem lhes pertença verdadeiramente, mas espeito imenso quem consegue e está disposto a ajustar caminhos de décadas, apenas e só para conseguir ter mais do muito que precisa de dar.

Amar não é um ato egoísta. Amar é, na maioria das vezes, desprovido de qualquer interesse que não passe pelo bem estar de quem reconhecemos, seja lá porque razão for. Por karma, castigo, infortúnio, ou sorte, mas que nos deixou o coração acordado e nos mostrou que, pese embora os revezes venham com a mesma intensidade, valerá sempre a pena usufruir do único sentimento que mantém o mundo a rodar para o mesmo lado desde que o conhecemos.

Se apenas em filmes os finais se poderão manter como nasceram os começos, então já reservei a melhor fila para ir assistindo ao que não desisto de ver possível. Algures, ainda neste meu tempo, sei que estará um protagonista, alguém que precise, tal como eu, de acordar e adormecer a saber quem está ao seu lado. Recuso-me a acreditar, "tal como não morrerei nem que me matem", que sou peça única e que para ter o que consigo dar apenas me resta ficar comigo mesma. Esse não é o final que antecipo para o meu filme!

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