Onde estamos afinal?



Estamos nos mesmos lugares, mas vivemos claramente em universos diferentes. Somos mais coração para os que tudo parecem fazer para o destroçar, cravando-nos estacas de desinteresse e enchendo-nos dum vazio que se alastra e nos consome. Estamos, na maioria das vezes, a viver momentos que os outros não reconhecem, importando-se muito pouco, ou nada, com o que nos importa e até nos permitiria ser felizes. Estamos mais perdidos do que nunca no meio duma multidão que não tem sons, mas que nos grita e ensurdece. Somos prisioneiros do que muitos entendem ser certo, mas raramente acertam na generosidade, na compaixão e no amor. 

Quero, ainda nesta vida, um amor que me envolva o corpo e me mantenha a alma plena de luz. Quero que me queiram sem esforço e que me vejam após cada olhar que dispense. Quero ser a pessoa que eleva a outra e desejo, fazendo tudo para isso, que me mantenham em pé, segura e acompanhada, porque sozinha não terei como espalhar o que carrego dentro. Quero exceder as minhas expectativas, mantendo-as bem altas e sem medo de qualquer queda inusitada. Quero poder tão somente ir, sabendo que terei para quem voltar. Quero o que ainda não conquistei, mas pretendo, a todo o custo, manter a paz interior que faz de mim a pessoa a quem vale a pena amar. Quero TUDO e recuso o NADA que me oferecem quando e sempre que acham que me basta.

Estamos muito menos preparados para a vida, apenas porque não nos preparámos para os amores que nos cabem, se ao menos coubermos num lugar com nome.

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