Fobias, quem tem?



Fobia do comprometimento e envolvimento emocional. Medos irracionais de escolher a racionalidade do amor, porque na verdade é um sentimento universal e supostamente espontâneo. Fobia do certo, do pré-determinado e do que saudavelmente entendemos querer, querendo de volta quem nos escolheu. Fobias que nos afastam dos outros, ou que os enganam e manipulam.

Ninguém disse que os recomeços seriam fáceis de encaixar nos dias que já nos correm como corremos. Não nos foram dadas fórmulas facilitadoras de inclusão do outro no nosso lugar emocional, mas temos, seguramente, bom senso e habilidades que nos habilitam a respeitar quem se deixa prender pela seta que lançámos. Andar por aqui sendo mais do que um, partilhando o que de forma egoísta desejamos apenas nosso, nem que seja o tempo, ativa alguns gatilhos obscuros e limita quem já de si se sente limitado para o amor.

Fobia do comprometimento porque estamos a reinar no reino dos ficantes, dos que vão estando enquanto lhes servir, mas sem que nenhum propósito seja verdadeiramente servido. Medo de apenas ter medo, mas de ir assim mesmo, acreditando que se esbarrará em alguém com igual vontade e empenho. Fobias que fazem de nós menos pessoas e que nos arrastam para um mundo onde cada vez mais se arrastam, igual cobras, com sangue frio e incapazes de se aquecerem por um dia que seja. Fobia do amor, porque já ninguém parece saber de que forma simplesmente amar.

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