Há quanto tempo deixei de ser eu?



Faz algum tempo que não sei quem sou, apenas eu, eu comigo. Faz tempo que os meus dias correm a correr, sem demasiados planos, não no que ao amor diz respeito. Faz tempo que sou quem não conheço ou sequer reconheço, talvez porque ande a sentir de forma solitária o que deveria ser a dois. Faz algum tempo, demasiado, que não saboreio lábios que me beijem a mim, apenas a mim, mas que percebo o quão pequeno tudo se torna.

NUNCA empurres o que consideras ser amor, porque dificilmente chegarás a algum lugar que te sirva. NUNCA peças pelo que te deverá ser dado sem condições e sem que te condicionem as crenças e o amor-próprio. NUNCA te foques apenas nos pequenos momentos bons, avalia e reavalia todos os que se tornaram tão maus que até a ti magoaste. NUNCA esperes pelo que a vida te recusou, uma e outra vez, achando que no dia seguinte poderia ser diferente. NUNCA ames sozinha, porque o teu amor NUNCA bastará.

Faz algum tempo que não danço à chuva de sorriso aberto, porque permiti que me fechassem tudo o que tenho de mais precioso, a alma pura, amor a baldes e risos que ecoam até dentro de quem os escuta. Faz tempo que o tempo deixou de correr a meu favor no campo amoroso, apenas por ter escolhido a pessoa errada. faz tempo que ser a pessoa errada de alguém me danificou, TANTO, que precisei de sair de mim para regressar EU outra vez. Mas faz tempo, pouco, mas seguro, que entendi que sozinha sou bem mais útil, sobretudo a mim. 

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