Amores simples, por favor!



Gosto que o amor seja simples, com sabores que não se igualam a nenhum outro, porque não pode, nem deve, ser comparado. Tenho formas, as minhas, de manter o formato que me aproxima de quem amo, mas não abro mão do amor que quero sentir de volta. Preciso de não ter que me explicar, porque sou rápida a entender do que se alimenta quem me importa. Trabalho, diariamente, para manter o amor que sinto e não desvalorizo o trabalho que colocam em me alimentar e sossegar.

Muito já se escreveu sobre o amor, mas hoje temos modelos ditos "novos" e que uns quantos usam para justificar a anarquia emocional. Não somos isto, ou aquilo e não somos apenas isto ou aquilo, mas aparentemente e em nenhum momento, somos o que o outro precisa para não precisar de mais ninguém. Na verdade somos uns insatisfeitos crónicos, querendo apenas quem não temos, porque nos cansamos rapidamente da consistência e do empenho a que o amor obriga. Queremos o novo a toda a hora. As borboletas na barriga a cada reinício. Queremos que nos queiram, sem nunca sermos capazes de querer alguém verdadeiramente.

Gosto que o amor seja simples, como o serão as pessoas seguras e resolvidas. Gosto de quem sabe gostar de si mesmo em primeiro lugar, porque apenas assim saberá como gostar de mim. Gosto que me beijem com sentimento e que não procurem nos meus lábios os que algures conseguiram ter. Gosto de ser a escolhida, à primeira, talvez porque não tenha qualquer dificuldade em escolher a pessoa que a minha saberá reconhecer. Gosto do que já não parece existir e estou a gostar cada vez menos dessa realidade...

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