Qual é o teu tempo emocional?



O tempo e o momento do perdão acontecem quando somos capazes de processar o "porquê", a razão que está por detrás do que se faz, de forma deliberada e totalmente alheada dos sentimentos do outro. Se já perdoei ou se sou capaz de o fazer? A seu tempo, quando a dor eventualmente passar e ela passará, porque NADA é para sempre. Se é o meu ego a impedir-me de estar noutro patamar? Não, de todo, ele já deixou de derramar cada acontecimento, na tentativa, vã por sinal, de me fazer sentir mal comigo. Não sendo Deus, tenho incapacidades que passam pela minha mortalidade, mas mesmo não o sendo, sei o que fazer e quem ser para que os outros também tenham um lugar com memórias positivas.  

Dizem que perdoar nos liberta, mas a teoria está longe de se aliar à prática e ninguém, quero acreditar, alguma vez se prepara para os demónios com pele de cordeiro e para os mal amados da vida. Perdoar carece de explicações que por norma não existem, até porque provavelmente não as terão quem nunca se avalia, reavaliando o sentido que dará à vida. Mas perdoar tem que começar em nós e por nós, porque é a partir dele que seguimos em frente, mesmo que NUNCA venhamos a ser capazes de dar a outra face, não a quem seguramente a esbofetearia uma e outra vez, sem qualquer empatia ou respeito. 

O tempo, ai o belo do tempo que usamos como desculpa ou justificação para tudo, não tem como nos limpar de memórias que gostaríamos de não ter acumulado. O tempo pode ser o nosso maior aliado, se soubermos o que fazer depois de muito mal feito, até por nós, mas igualmente o maior dos inimigos se nos sentarmos à espera de que corra, sem prazos, nem limites emocionais. O tempo que uso e crio em meu benefício, e sei-o porque sinto cada mudança e porque cresço em coragem e determinação, tem-me ensinado a saber quando esperar e a quando nunca mais voltar a confiar de que ele, por si só, seja capaz de mudar quem nunca o planeie fazer.

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